Written In Blood.

I

Carmilla's P.O.V:

O silêncio do bosque fora quebrado pelo estalar das rédeas dos cavalos que traziam a bela carruagem de minha mãe. Um cocheiro esguio, que trajava cartola e luvas comandava o cavalgar dos animais. Eu me encontrava dentro da carruagem. Observava a paisagem lá fora; Meu semblante no momento expressava o cansaço de uma viagem tão longa. Eu e minha mãe havíamos desembarcado de Burgenland há alguns dias e seguíamos em direção oeste para Estíria. Minha mãe era uma mulher de poucas palavras, porém de muito bom gosto. Seus cabelos eram sedosos e cuidadosamente penteados, com fitas para prender as pontas. Seu rosto possuía traços finos e delicados; Olhos expressivos, negros como jabuticabas. Trajava sempre vestidos pretos e luvas de veludo, cujos cortes e costuras haviam sido influenciados pela moda vitoriana.

A era vitoriana era algo que eu adorava: Um período de prosperidade do Reino Unido, qual tinha se entregado à cultura e ao reflorescimento da arquitetura gótica, teatro, moda. O Reino Unido expandia seu Império cada vez mais.

Mamãe trazia consigo alguns velhos vinhos, cuidadosamente guardados em maletas de couro, para presentear o general qual estávamos indo visitar; Eu estava levemente sonolenta pela viagem, mas ainda fitava com olhos perdidos toda a paisagem do bosque de Estíria. Não sabia ao certo o que, de fato minha mãe iria fazer no local, se tratavam de negócios para a família ou não. Eu apenas tinha um pressentimento incerto que, havia me enchido de ansiedade, qual me fazia mordiscar meu lábio e contorcer minhas mãos dentro das luvas vitorianas iguais ás de mamãe.

— Mamãe, ainda vamos demorar muito? — Por fim, indaguei.
— Faltam mais algumas horas, Mircalla. Sei que está exausta. Trate de se acalmar. - Respondeu, enquanto lia um jornal atenciosamente.

O escurecer já estava a vir. Eu dividia o pequeno banco de couro com uma bolsa de pertences particulares, qual apanhei e decidi fazê-la de travesseiro para me repousar e deixar meus pensamentos correrem sem direção.