NEW ERA, I.

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Após o misterioso ocorrido com a sua mãe — que nem de longe era a mesma pessoa — Carmilla se encontrava encarcerada em um calabouço qual era desconhecida a localização; Não sabia o porquê estava ali e nem por quanto tempo estaria condenada a ali permanecer; Estava sem se alimentar ou ver o sol há alguns dias. Tinha alguns machucados intensos, por ter se debatido contra a grande porta maciça reforçada com ferro, cuja apenas havia uma pequena grade para que pudessem vigiá-la. Procurava entender os porquês, aparentava até mesmo estar catatônica presa no lugar. Pensava em Laura e, em como ficou. Procurava razões para que pudesse explicar para si mesma o que poderia ter acontecido com sua mãe — mas precisava de explicações racionais.

Carmilla se lamentava e implorava para que a libertassem, gritando até que sua voz desaparecesse, por dias e dias. Nunca fora ouvida. Estava á mercê da sorte. Por séculos. 



Ao mesmo tempo, no pitoresco castelo em Estíria, onde Laura vivia, a garota simplesmente passou a associar os acontecimentos como um sonho distante. Encontrou á mercê do tempo o colar com pingente de gato, usado por Carmilla e passou a usá-lo. A presença maligna a fez perder parte de sua memória e, Laura passara a viver a sua vida pacata, como antigamente, em uma profunda depressão e solidão, principalmente depois que seu pai e o general Spielsdorf encontram o corpo de Bertha, sua única amiga. Também passou a sua vida tendo visões da misteriosa jovem, que a visitava todas as noites, sem falhar por nenhuma, em sonhos.

Laura falecera no ano 1889, em Estíria, com trinta e cinco anos de idade, vítima de uma doença que estava devastando o século: A tuberculose. 


Estíria, século XIX, 15 de dezembro de 1940.

Cem anos após a prisão de Carmilla, a mesma continuava a viver e, agora, sabia que tinha mais de cem anos e sabia o porquê: Era uma vampira.

Sua mãe — ou em quem ela havia se transformado — explicou toda a essência de sua família, mas, Carmilla não se conformava com aquilo; Apenas queria ser liberta e conhecer o mundo, afinal, sua mãe e avó viviam ás escondidas em um castelo em meio aos bosques sombrios de Estíria, cometendo atrocidades para se alimentar e, usavam a jovem vampira para atrair suas vítimas para os rituais sangrentos.

Tinha um plano de fuga, que pretendia colocar em prática assim que a libertassem novamente para que trouxesse alguma vítima para que se alimentassem. Uma das criadas do lugar, havia lhe dado um amuleto qual impediria que sua família a encontrasse: Uma pequena pedra, qual Carmilla guardou na traseira do charmoso relógio de bolso que sempre a acompanhara. 

A fuga aconteceria na próxima lua cheia. 

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