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Carmilla's P.O.V:

A sensação de claridade me lesava os olhos, mesmo fechados. Um frio percorria minhas costas. Entreabri um deles, lentamente, avistei o alvorecer. O sol me cegava  e minha cabeça estava pesada e dolorida. Me levantei lentamente, tirando meus cabelos desarrumados do rosto. Sentia uma leve confusão, provavelmente devido ao abuso de várias garrafas de bebidas alcoólicas. Puxei o relógio de bolso: Seis e quinze da manhã.

Me volvi para... Laura. Que estava dormindo com uma garrafa vazia em cima do peito. Deveria acordá-la?

  — Ei, Laura?

Um resmungo. A fitei dormindo. Seus lábios estavam corados com a tinta do vinho que eu tinha na mala. A garrafa de uísque estava, também vazia, logo adiante.  

  —  Laura? Acorde. Precisamos voltar. 

Levei a mão direita á um dos ombros de Laura, que abriu lentamente os olhos, levando rapidamente as suas mãos para protegê-los da claridade. 

— O que houve?!

— Bem, nós exageramos nessas bebidas, eu creio. Mas, tudo o que vamos sentir, é apenas indisposição. Não se preocupe, passará. 

Meus ouvidos de repente, ficaram sensíveis. Algo ou alguém estava se aproximando. Levantei-me rapidamente, para observar.

Um vulto passou pelas árvores e vinha se aproximando bruscamente. Meus sentidos se aguçaram, como naquela noite e, tudo parecia incrivelmente mais sensível.

O vulto revelou-se; E, para minha surpresa, era uma mulher. E... Era minha mãe?

Ela caminhava em minha direção com um sorriso infernal.

" Que diabos está acontecendo? " — Pensei.

Volvi-me para Laura, confusa, que se levantava lentamente. 

  — Mircalla. —  Minha mãe disse. Trajava um vestido preto, divergente do que usava na noite onde tudo havia acontecido. Um lindo vestido preto, rendado. Cabelos cuidadosamente cuidados. Luvas vitorianas. Botas.  Mas, por quê eu sentia que não era bom?

Mamãe? —  Entreabri os lábios.

  Se aproximou lentamente e levou as mãos contra o meu rosto. Um gélido sentimento de medo me invadiu rapidamente. Não era a mesma pessoa. Minhas mãos tremeram e, uma tensão tomou conta. Dei um passo para trás, a fim de proteger Laura. 

— Corra!  —  Sussurrei — Rápido, Laura! 

Ela havia desaparecido no instante em que havia dito para Laura correr.

  —  O... O que está acontecendo? —  Laura parecia aflita. 

— Corra, apenas, corra. 

Ela decidiu voltar para o castelo e, com passos rápidos, tentava fugir. Uma névoa aproximou-se de Laura e, minha mãe fora revelada novamente. Levou as mãos contra os ombros de Laura, a segurando e a virando novamente pela frente. Segurava seu queixo. Laura começou a chorar, transparecendo o medo e a incerteza do fato. 

  — Ninguém vai em lugar algum aqui —  Sua voz soou como um trovão —  O que você fez, Mircalla, não tem nenhuma forma de ser reparado. 

— Eu fugi, pois estava com medo! —  Falei, em um tom mais alto —  EU FUGI, PORQUE FUI PEDIR AJUDA!  

Um riso maléfico soou dos seus lábios. 

  — Garota tola. Você quem irá precisar de ajuda —  Atirou Laura no chão, que caiu de joelhos e se apoiou com as mãos. 

— Não a machuque, mamãe, por favor. Ela me ajudou. 

—  Machucados? Não. As duas não merecem machucados. 

Agarrou Laura novamente, desta vez, pelos cabelos. Eu simplesmente não conseguia entender nada.

—  Você, pobre menina, estará a partir de hoje, amaldiçoada a reencarnar inúmeras vezes, na mesma vida fútil e solitária que você sempre teve, até o fim dos tempos. Eu lhe desejo sorte. 

Empurrou-a novamente, que caiu ao chão desmaiada. 

—  O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? —  Gritei. A mesma sensação de adrenalina da primeira vez me atingiu e eu seria capaz de matá-la se fizesse-me algum mal. O meu corpo estremeceu e, logo, resolvi tentar atacá-la, porém, não obtive sucesso, pois, ela também parecia dotada de uma força incomum ou paranormal e  me fez ficar paralisada ali, exatamente onde eu estava, como se estivesse sendo presa com correntes pelo meu corpo. 

—  Não se preocupe, querida. Ela não irá lembrar. E nem você. Você, virá comigo. —  Soltou um sorriso maléfico, quando uma carruagem surgiu pela pequena estrada que ali passava. 

— Peguem-a. 

Dois homens encapuzados e vestidos com túnicas pretas me imobilizaram e colocaram um capuz sobre minha cabeça. Senti o meu colar se desprender do meu pescoço. Me puxaram pela cintura e, tudo o que eu lembro de ter visto, fora apenas a violência qual usaram para me colocar dentro da pequena carruagem.  



NOTA DA AUTORA:

Finalmente consegui publicar! Espero que gostem. 

Semana que vem, tem mais. Até logo, pessoal. 

Written In Blood.Onde histórias criam vida. Descubra agora