Capítulo 20 - VOO MORTAL

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Era inacreditável o que estava acontecendo. Lucas voava nas costas de um mortal e imenso dragão, como narravam as histórias fantásticas. O ar era gelado, longe da umidade da grande floresta. Parecia um sonho assustadoramente real e, ao mesmo tempo, fascinante.

Naquele momento, queria estar com a câmera para gravar tudo, pois ninguém acreditaria em tal feito. Agora, era só ele e o monstro. Não tinha a mínima ideia de para onde ia e do que iria fazer.

Seu corpo balançou no ritmo das batidas de asas do grande réptil. O vento batia com ferocidade no seu rosto, enquanto Lucas embriagava-se com o panorama da paisagem fenomenal da imensa floresta. Árvores gigantes quase atingiam o céu com suas copas frondosas. Mas ele ainda voava mais alto. Sentia-se um Targaryen nas costas de Tiamat.

Despertando de seus devaneios, percebeu que o monstro rumava para o rio e que, talvez, aquela fosse a sua última chance de fugir e sobreviver. O que ele faria?

Poderia soltar a couraça, pular em direção ao rio e nadar até a margem. Porém, o monstro feroz poderia voltar para buscá-lo e devorar suas vísceras, antes que o sol se pusesse.

Poderia voar em seu dorso até o animal cansar, e fugir à noite. Só que a criatura dificilmente pregaria o olho até dar um fim no estagiário. Na melhor das hipóteses, o levaria de volta ao ninho, onde retornaria à estaca zero. E com a mãe feroz de um bebê dragão morto.

Mas havia uma terceira alternativa. Lucas ainda carregava a lâmina dourada presa ao seu cinto. Percebeu que as escamas do pescoço, na região da nuca, eram mais finas e macias. Ele poderia enfiar o sabre de ouro por trás da cabeça do monstro, atingindo o ápice da coluna, causando sua morte instantânea.

Sorriu pela ideia ousada, mas por um breve momento, hesitou.

E se caísse estatelado lá em baixo?

E se fosse arrastado pela correnteza até a cachoeira e morresse afogado?

O rio estava bem mais violento do que outrora, e seria muito arriscado assumir a façanha. A dúvida corroía-lhe os pensamentos, e sentiu mais uma vez raiva de si mesmo diante de tanta indecisão:

Matar ou não matar o monstro?

Morrer tentando, deixar-se ser devorado ou sobreviver para contar aquela macabra e improvável história?

Ainda que sobrevivesse, poderia ser taxado de louco pelos outros cientistas. Provavelmente, perderia sua vaga no estágio e poderia até mesmo ser levado ao ostracismo acadêmico. O mundo nas Universidades e nos grandes centros de pesquisa, às vezes, poderia ser mais hostil do que a própria floresta sombria.

O dragão deu um voo rasante sobre o rio, e aquela seria a sua última chance. Era saltar ou matar.

Puxou o sabre de ouro do cinto, olhou para o alto e respirou fundo, antes de dizer:

- Me perdoe... mas é você ou eu.

E, juntando suas últimas forças, ainda vociferou:

- ENTÃO MORRA!

E cravou a lâmina por trás da cabeça do imenso dragão.

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Num ato de desespero pela sobrevivência, Lucas escolheu uma decisão drástica que não apenas poderá matar o dragão, como também a si mesmo.

O que acontecerá com o jovem e agora destemido protagonista?

Será o fim do estagiário e do monstro?

Para saber o que acontecerá neste empolgante thriller de suspense e horror, acompanhe os próximos capítulos e o epílogo de Floresta Negra!

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