Fechando as cortinas

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As janelas estavam abertas, mas com tantas pessoas conversando e desfrutando de boas risadas, era impossível para o frio se abrigar ali. É tempo de Inverno, os cachecóis e casacos pesados guardados no fundo do velho armário enfim poderiam ser usados novamente. Do lado de fora, toda a rua coberta por um espesso edredom branco, macio como nuvens e tão gelado que dava arrepios em só olhar.

Era fim de dezembro, época de comemorações e agradecimentos por mais um ótimo ano. Era recomeço, renascimento, era natal. E na casa das Heartfilias não era diferente. A decoração brilhante e as ornamentações coloridas no simples pinheiro presente na sala eram aconchegantes, enquanto um cheiro delicioso saía sutilmente da cozinha. Todos conversavam animados, e Lucy não conseguia parar de pensar no quanto estava feliz por enfim estar dividindo momentos assim tão bons com o garoto que ama mais que tudo.

Os amigos dividiam o espaço na sala, se apertando nos sofás pra relembrar as travessuras que fizeram logo nos primeiros dias de férias enquanto Layla andava de um lado pro outro com sua amada filmadora. A troca de presentes e o jantar seriam somente a meia noite, mas ela já registrava tudo como um trailer de um filme muito adorado pela mesma. Igneel e Maya participavam da farra, rindo e se divertindo com as brincadeiras sem sentido de Virgo, que rodopiava feliz como um girassol por descobrir, recentemente, que teria um bebê.

Todos ficaram incrivelmente felizes com a notícia, e agora mais que nunca é possível ver as diversas expressões divertidas e emocionantes que ela fazia. Mas não se engane, a notícia trouxe tanta alegria quanto preocupação aos pais de primeira viajem. E se antes seu marido já era a preocupação em pessoa, agora estava a ponto de ser promovido ao cargo de um verdadeiro guardião.

Sentada a frente da bancada da cozinha Lucy observava sem piscar o embrulho metálico na cor avermelhada se destacando em meio aos outros presentes. Era o presente destinado a si pela sua mãe, e ficou frustrada por falhar a semana inteira em conseguir ao menos uma pista do que se escondia atrás do laço amarelo.

Desviava em certo tempo sua visão para os ponteiros negros do relógio de parede, não via a hora de eles marcarem à meia noite. Um pensamento um tanto quanto infantil, admitiu a si mesma.

- Você parece uma criança olhando com os olhos tão grandes para aqueles presentes. – Juvia disse achando graça do quanto as orbes da amiga brilhavam.

Riu de si mesma abandonando a ansiedade e focou na pessoa a frente de si, completamente empacotada. Tudo obra de Gray, supôs.

- Não importa o quão velha eu esteja, abrir os presentes será sempre a minha parte favorita.

Seus cabelos foram tomados por mãos macias e finos dedos gelados pelo clima. Sorriu assim que viu os olhos de sua mãe olhando pra si enquanto acariciava seus longos fios dourados.

- Presentes são mesmo muito bons de se receber, mas você já viu a torta que sua mãe acabou de colocar no forno? Ela sim é incrível. – as jovens riram com a acusação, Layla era sem dúvidas uma mulher maravilhosa, e Lucy se orgulhava muito de tê-la como sua mãe.

- É claro dona Layla, mas é que os presentes são somente nas noites de Natal, já suas tortas...

- São somente quando Natsu decide passar aqui. Quem me dera se as tivesse durante todo o ano! – exclamou Lucy interrompendo a possível fala da amiga. Sempre achou isso um absurdo, gostava das tortas de sua mãe tanto quanto seu namorado gostava, que injustiça!

- Nem venha com essa mocinha, nunca me pede tortas. – em resposta recebeu olhos semicerrados da mais nova.

- Eu preciso pedir?

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