Capitulo 2: Todos nós temos segredos

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Estávamos lá fora no meio do pátio. Procuramos o garoto em toda parte, mas era como se ele estivesse sumido. Olhamos para todos os lados e não tivemos nem sinal.

- Eu não vi meu pai até agora aqui... – Disse Alia.

- Eu também não vi o meu... Mas não perca o foco, continue a procurá-lo.

- Qual a cor da sua camisa?

- Eu não lembro, estava apavorada e não pude notar.

- Pois acho que o achei! – Disse Alia.

Segui para onde os seus olhos estavam concentrados e dava até o Senhor James, o diretor da Gradley no momento, eles estavam conversando. Mas pelo jeito do Luan, o Senhor James estava aborrecido com algo que ele fizera. O Luan retrucou e eles se separaram.

- Se o Senhor James estava conversando com ele normalmente, significa que ele não é um...

- ISSO! Não é um fantasma.

- Fale baixo, Kyle! – Alia disse pegando minha mão e a puxando para perto do garoto.

Quando Luan percebeu que estávamos nos aproximando tentou escapar andando mais rápido, mas o encurralamos em uma árvore que tinha ali perto.

- O que vocês estão tentando fazer?

- Não adianta esconder, já sabemos quem você é.

- Sabem? Como? Nunca vim aqui.

- Você morava aqui algum tempo atrás! – Gritei.

- Meninas?

Disse o Doutor Leroy atrás de nós. Ele estava com as mãos cruzadas como se quisesse que nós justificássemos o porquê estávamos longe das outras pessoas, mas apenas ficamos caladas.

- O que vocês estão fazendo aqui sozinhas, sendo que a sirene de partida já tocou? Vocês deveriam está indo aos seus quartos.

- É que existe um...

- Esquilo! Um esquilo – Alia me interrompeu. – Que nós estávamos tentando pegar.

- Vocês não acham que já estão um pouco grandes demais para brincar com esquilos.

- Não temos cachorros aqui. Então nos viramos com o que temos. – Eu disse.

- Vou pensar nisso na próxima reunião. Agora vão para seus quartos.

Quando estávamos indo olhei para trás. Não existia sinal do Luan lá, observei pelas redondezas e pensei como ele iria sumir de pressa desse jeito, se o pátio da Gradley era tão grande.

Chegando lá em cima, no andar número três, onde ficavam as pessoas daquele nível. Eu e Alia nos separamos, ela iria entrar em seu quarto, e eu iria entrar no meu.

- Kyle...

- Eu olhei ainda em movimento com o Doutor Leroy atrás de nós.

- Eu não poderei ver você hoje à noite. – Ela sussurrava.

- Por que não?

- Amanhã lhe contarei. Eu juro!

Ela entrou no seu quarto e fechou a porta. Quando cheguei ao meu, fiz o mesmo. Ali estava eu novamente, olhando para o meu mural e vendo as fotos da minha mãe.

Não conseguia fazer isso há dias, colocar fotos da minha mãe não era coisa que eu gostava de fazer para não lembrar a falta que ela me fazia. Disse meu pai que ela foi acusada de envenenar uma criança em seu antigo emprego, e que já estava comigo em seu ventre. Mas nunca tinha me contado detalhes, a morte dela para mim ainda era um mistério. Ele só dizia por alto, e me mandava dormir porque já estivera tarde.

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