- Tome cuidado! - Disse o Jack.
Ele me deixou em frente a minha antiga casa, onde estava exatamente como eu tinha deixado. Eu caminhei até a porta e toquei a campainha. Uma voz com um sotaque francês gritou algo, como: "Já irei abrir." e me pus a esperar.
- Olá. - Disse uma mulher com lingerie.
- Eu poderia falar com meu pai?
- Como?
- Bryan Hones, por favor...
- Espere um minuto...
Interrompi a mulher e me coloquei dentro da casa. Invadi e olhei para os lados não encontrando meu pai. Ela foi à busca do meu pai, e me mandou esperar. Andei por entre a sala vendo fotos do meu pai e daquela mulher, nos lugares onde havia as minhas antes de ir para a Gradley.
- Filha! - Gritou meu pai.
Ele estava apenas com uma toalha na cintura. Então nos abraçamos e permaneci meu olhar nele.
- O que você está fazendo aqui? A Gradley sabe que você saiu de lá? Você já está melhor?
- Pai, a Gradley não lhe informou?
- O que?
- Nós fugimos de lá. Eles estão tentando nos pegar de volta.
- Por que vocês fugiram?
Olhei para a mulher como um sinal de: "Cai fora!" E foi isso que ela fez. Se retirando praguejando com sua língua original, me fazendo confusa já que eu dormia nas aulas de francês.
- Descobrimos uma coisa horrível sobre a morte da mamãe.
- Kyle... Essa história mais uma vez?
- Pai, sente-se eu irei lhe contar tudo.
Sentamos no sofá e eu fiquei tonta. Perguntei o que eu bebera para ficar assim, e nada me veio na mente. Quando de repente eu me vi em um flashback.
Eu estava em um túnel correndo e o chão estava caindo sob meus pés. A cada passo que eu dava eu ficava mais perto das pessoas que eu matei em menos de um mês.
- Você está sozinha agora, Kyle. - Disse a Tina.
- Quem você vai contar se nem seu pai se importa mais com você? - Disse o Leroy.
- Corra... E não esqueça! Mantenha a boca fechada. - Disse a mulher da lanchonete.
Eu corri e caí ralando meus joelhos no chão. A Kelly, filha do Leroy, também estava no meu flashback, ela me ajudou a levantar e começou a correr comigo. Demos de cara para um penhasco enorme sem saída. Olhei para trás e não havia mais túnel, e sim um deserto onde só se via areia de longe.
- Onde estamos? - Disse.
- No nada. - Disse a Kelly. - Você quer minha ajuda?
A garotinha de apenas 12 anos parecia saber do que estava falando. Ela disse aquelas palavras com um ar tão maduro que me pus a dar a mão para ela e andamos por dentro do "nada".
Meus pés estavam ficando quentes com o sol, e eu já estava cansada de andar. Não havia vento naquele lugar, eu estava morrendo de calor e precisava de água.
- Para onde estamos indo? - Perguntei.
- Não sei, eu estou seguindo você. - Ela disse.
- Mas você...
- Eu disse que iria te ajudar não que iria te levar para algum lugar.
Olhei para ela fazendo com que eu percebesse o real significado daquilo.
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A Estadia
Misteri / Thriller[OBRA AUTENTICADA NA BIBLIOTECA NACIONAL] Sonhos são apenas sonhos para quem não tem nada a perder. Mas quando você mora em um sanatório há quase quatro anos e começa a ter sonhos com sua mãe que morrera desde seu nascimento, as coisas são totalment...