Capítulo 17: Sangue na piscina

290 10 2
                                    

       - Tome cuidado! - Disse o Jack.

Ele me deixou em frente a minha antiga casa, onde estava exatamente como eu tinha deixado. Eu caminhei até a porta e toquei a campainha. Uma voz com um sotaque francês gritou algo, como: "Já irei abrir." e me pus a esperar.

- Olá. - Disse uma mulher com lingerie.

- Eu poderia falar com meu pai?

- Como?

- Bryan Hones, por favor...

- Espere um minuto...

Interrompi a mulher e me coloquei dentro da casa. Invadi e olhei para os lados não encontrando meu pai. Ela foi à busca do meu pai, e me mandou esperar. Andei por entre a sala vendo fotos do meu pai e daquela mulher, nos lugares onde havia as minhas antes de ir para a Gradley.

- Filha! - Gritou meu pai.

Ele estava apenas com uma toalha na cintura. Então nos abraçamos e permaneci meu olhar nele.

- O que você está fazendo aqui? A Gradley sabe que você saiu de lá? Você já está melhor?

- Pai, a Gradley não lhe informou?

- O que?

- Nós fugimos de lá. Eles estão tentando nos pegar de volta.

- Por que vocês fugiram?

Olhei para a mulher como um sinal de: "Cai fora!" E foi isso que ela fez. Se retirando praguejando com sua língua original, me fazendo confusa já que eu dormia nas aulas de francês.

- Descobrimos uma coisa horrível sobre a morte da mamãe.

- Kyle... Essa história mais uma vez?

- Pai, sente-se eu irei lhe contar tudo.

Sentamos no sofá e eu fiquei tonta. Perguntei o que eu bebera para ficar assim, e nada me veio na mente. Quando de repente eu me vi em um flashback.

Eu estava em um túnel correndo e o chão estava caindo sob meus pés. A cada passo que eu dava eu ficava mais perto das pessoas que eu matei em menos de um mês.

- Você está sozinha agora, Kyle. - Disse a Tina.

- Quem você vai contar se nem seu pai se importa mais com você? - Disse o Leroy.

- Corra... E não esqueça! Mantenha a boca fechada. - Disse a mulher da lanchonete.

Eu corri e caí ralando meus joelhos no chão. A Kelly, filha do Leroy, também estava no meu flashback, ela me ajudou a levantar e começou a correr comigo. Demos de cara para um penhasco enorme sem saída. Olhei para trás e não havia mais túnel, e sim um deserto onde só se via areia de longe.

- Onde estamos? - Disse.

- No nada. - Disse a Kelly. - Você quer minha ajuda?

A garotinha de apenas 12 anos parecia saber do que estava falando. Ela disse aquelas palavras com um ar tão maduro que me pus a dar a mão para ela e andamos por dentro do "nada".

Meus pés estavam ficando quentes com o sol, e eu já estava cansada de andar. Não havia vento naquele lugar, eu estava morrendo de calor e precisava de água.

- Para onde estamos indo? - Perguntei.

- Não sei, eu estou seguindo você. - Ela disse.

- Mas você...

- Eu disse que iria te ajudar não que iria te levar para algum lugar.

Olhei para ela fazendo com que eu percebesse o real significado daquilo.

A EstadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora