Capítulo 20: Viver para ver

312 13 11
                                    

Eu estava correndo na trilha da pousada e algo estava me seguindo. Corri o mais rápido que pude, eu sentia um cheiro de enxofre no ar até quando tropecei em algo e caí. Eu estava jogada em cima da cova da Senhora Beth, onde a enterramos. Sua mão estava na superfície, para fora da areia.

Levantei-me e me limpei da areia, quando alguns seguranças chegaram e a puxaram pelo braço. Cavaram um pouco para que todo o corpo saísse e depois a arrastaram para fora do buraco.

Os seguranças gritavam por ambulâncias, pedindo ajuda, eles diziam que ela ainda estava viva. Eu não entendia aquela cena, uma pessoa era tão ruim assim para não morrer depois de ser soterrada? Pensei, mas não adiantara, eu não consegui mais ouvir nada além da Sunny gritando para eu me acordar.

Acordei eufórica pulando da cama. A Sunny me empurrava de um lado para o outro até que eu me levantasse por inteira.

- Olhe na janela! - A Sunny exclamou.

Levantei e caminhei à janela. Cheguei e me pus pendurada olhando para baixo. Lá estava a ambulância levando a Senhora Beth para o hospital.

- Será que ela está morta? - Perguntou a Alia.

- Não. Sonhei que ela sobrevivia.

Aproveitei que estava acordada e fui escovar os dentes. Precisava de um plano rápido já que se a Senhora Beth estivesse viva, talvez ela pudesse nos denunciar, ou voltar com mais raiva. Estava me olhando no espelho quando meus dentes já estavam limpos. Penteei meus cabelos antes de sair do banheiro e me pus na sala junto às meninas.

- Já sabe o que vamos fazer? - Disse a Sunny.

- Sei... Vamos terminar o que começamos?

- Como assim?

- Vamos até o hospital da Senhora Beth e dessa vez iremos mata-la.

- Kyle, agora não estamos nos defendendo, e sim fazendo um homicídio. - Disse a Alia.

- Se ela morrer nossos problemas estão resolvidos.

Fui até o quarto e peguei minha mochila. As meninas fizeram o mesmo e tentaram tirar aquela ideia da minha cabeça. Mas nada me fazia mudar, eu não poderia deixar escapar aquele ótimo momento, se não fosse ela, seria nós.

Saímos do apartamento e fechei a porta, observando nela um pequeno papel colado que tinha escrito: "Hospital Luz Azul". Então arranquei o papel e saímos da pousada.

Pagamos as horas que tínhamos passado até então. Pegamos o carro no estacionamento, e a Sunny manobrou até sair do estabelecimento.

- Tem certeza que iremos para o hospital?

- Eu não sei vocês, mas eu vou. - Disse.

Eram exatamente uma hora e alguns minutos da pousada até o centro da cidade. Para que arrumássemos outro hotel para nos esconder. Isso já estava ficando cansativo. Fecho os olhos e caiu em um coma profundo.

Eu estava de frente a um casebre. Na verdade, não era um casebre e sim uma cabana. Ela era revestida de madeira, não tinha nenhum se quer item a mais, que pudessem ter colocado na construção daquela cabana.

Eu estava sozinha, então dei passos subindo na escada que tinha apenas quatro degraus, que faziam um som irritante e fui até a porta. Forcei a porta e ela estava aberta. Ao entrar na casa tudo estava tranquilo. Exceto uma cadeira de balanço que estava de frente a uma lareira acesa. A cadeira estava balançando para frente e para trás fazendo a madeira ranger.

A EstadiaOnde histórias criam vida. Descubra agora