Capítulo 30

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Hola, guapas!

Quem é viva sempre aparece, né? Eu sei que depois de cinco meses sem dar as caras, eu devo uma explicação. E eu escrevi uma parte exclusivamente pra isso que vai estar no final de tudo. Agora eu só queria colocar alguns lembretes sobre os últimos acontecimentos da história já que vocês nem devem lembrar o que aconteceu. Aliás, nem sei se alguém ainda acompanha, mas vamos lá... Isso são só alguns pontos centrais pra vcs não ficarem muito perdidas já que são coisas que serão tocadas neste capítulo ou no próximo.

1- Teve uma festa em que a Lara foi com o Oscar e os amigos dele, encontrou os amigos dela, se descobriu corna, foi embora sem falar com ninguém, vomitou no pé da Jasmine, levou um esporro da Lívia, etc, etc, etc.

2- Dona Matilde voltou para o Rio logo após isso. Por enquanto a Lara está morando sozinha, porém antes ela tinha convidado o Vitor e a irmã, Jasmine pra morarem com ela já que eles teriam que mudar de república.

3- Murilo é o carinha da lanchonete amigo que tem uma treta com o Oscar e joga indireta pra Lara. Lara e Oscar já tiveram uma briga envolvendo ele.

É isso, gente. Agora aproveitem ~~ou não~~ os últimos capítulos!

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Acordei com a sensação de que algo estranho me assolava. Não que esse sentimento fosse incomum, porém, assim que meu cérebro despertou e meu corpo não, eu sabia. Sabia que algo não estava certo.

Tentei me levantar e nada. O esforço para mover minhas pernas não encontrava resultado.

Presa. Minha alma estava presa num corpo sem vida móvel. Se debatendo num espaço sufocante. Tentando desacorrentar as amarras que a aprisionavam num mar de aflição.

Seria essa a sensação de acordar num caixão? O desespero de se encontrar desperta numa completa escuridão. A ânsia de poder agarrar qualquer luz e liberar um grito enclausurado na garganta. O desconhecimento sobre o que fazer para se libertar daquele cubículo.

Tentei mexer as pontas dos pés. Inútil. Um gasto de energia que fazia a angústia se agitar ainda mais em meu interior. E de repente me dei conta de que naquela posição não conseguiria respirar por muito tempo, de modo que não pude deixar de me perguntar se não seria aquela a última memória que teria de estar viva.

Estúpidos eram aqueles que desacreditavam na existência da alma. Se ela não existia, o que era esta coisa flutuante que sentia por todo meu ser se debatendo dentro do meu desobediente corpo inerte?

Um, dois, três.

Um, dois, três.

Um, dois, três.

Enquanto lutava para manter o equilíbrio na respiração, um elemento novo se fez presente. Ouvi vozes ao longe e senti o colchão sob mim se mover como se já não estivesse sozinha. Então todo o roteiro ruiu. Nunca houvera vultos. Nunca houvera passos. Nunca houvera toques. Por consequência o pânico que experimentava, enquanto sentia a respiração se enfraquecer cada vez mais, era inédito. Estava acostumada a lidar com minha mente desperta em meu corpo adormecido, todavia nunca lidara com alucinações antes.

Ouvi um grito. Não soube se vinha de fora ou de dentro. Mas estava ali pairando em meus ouvidos. E então num rompante súbito senti toda minha pele ser tocada por água fria, despertando tudo que se recusava a mover. A agilidade, no entanto, permanecia ausente. De modo que por mais que parte de mim estivesse desesperada para entender o porquê de estar molhada, meus movimentos ainda eram lentos. Não podia negar que ainda sentia uma tentadora vontade de voltar a dormir. E talvez o faria, não fosse pelo incomodo de ter a roupa e o cabelo grudando em meu corpo e o temor de cair em mais um episódio de paralisia.

Apenas Respire [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora