Capítulo 13- Nosso Segredo

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 N/A: Leiam o capítulo ouvindo a música linkada na mídia. A leitura fica mais gostosa ;)

As luzes estavam apagadas, e a noite já deu o ar da graça. O grande arranha-céu estava silencioso, já faz tempo desde que acabara o horário comercial. E aqui estamos, envolvidos após uma recaída, um ato célere de quem queria matar a vontade. E matamos. A lua agora é a nossa confidente. Sublime, ela se encarrega de nos iluminar, fazendo nossos corpos nus parecerem queimar.

Jughead puxa uma fina manta sobre os nossos corpos, enquanto eu mantenho os olhos fechados, querendo fazer com que o tempo congelasse e nos deixasse assim eternamente. Sinto seus dedos gelados tocarem as minhas têmporas e vagarosamente abro os meus olhos. Ele está fixado em mim, seus olhos parecem querer decorar cada detalhe da minha face, ele está confuso. Seus lábios se abrem e fecham algumas vezes, mas ele não consegue dizer uma palavra sequer. Então, quase que inconscientemente, levo meu braço até o seu dorso, trazendo- o para mais perto de mim. Gostaria de entender a sua feição, gostaria de ler seus pensamentos. Estamos em silencio há longos minutos, de frente um para o outro, mantendo apenas uma abrasadora comunicação corporal.

- E então, como vai ser agora? – ele finalmente consegue quebrar o silêncio, e então sinto seus olhos queimarem sobre mim.

- Agora? – me ajeitei. Nossos corpos repousam sobre um tapete de linho, não é tão confortável quanto pode parecer, mas não penso em me levantar. - O que poderia acontecer? Nós só tivemos uma recaída. Isso acontece com tanta gente...

- Então não estamos resolvidos. – seus olhos revelam a decepção.

- Juggie, nós estamos resolvidos. – levanto o corpo, colocando meu peso sobre um dos cotovelos, podendo olhá-lo melhor.

Ele me olha como se eu estivesse falando a maior besteira do mundo.

- Tudo bem. – eu confesso. – Não completamente.

- Eu não te entendo. Sinceramente, Betty. Eu não te entendo.

- Jughead, nós vivemos muita coisa boa, nós tivemos uma história, mas tivemos um impasse. Estávamos há um ano sem quase nenhum contato. Era praticamente inevitável não rolar isso. – eu apontei para nós dois.

- Isso? – ele imitou o meu gesto com ironia. – A gente se ama, caralho!- seu tom de voz se exaltou, me surpreendendo. – Você acabou de falar isso, enquanto gritava o meu nome. Nos meus braços, Betty. Isso não significa nada pra você?

- Significa. – o respondi rapidamente. – Significa que nós devemos ir devagar.

- Ir devagar?

- Jug, pensa comigo. – eu me sentei, de frente para ele, sem perceber que ainda estava nua. Sua atenção foi completamente para os meus seios descobertos. – Jughead! Dá pra prestar atenção? – eu subo com a manta, enrolando-a em meu corpo.

- Fala. – ele se recompõe com um sorriso tímido.

- Nós dois somos jovens, temos uma carreira que requer tempo e temos uma vida financeira definitivamente instável.

- Normalmente, quando as pessoas alcançam isso, elas pensam em casar. – Jughead brinca com os dedos.

- Não vamos entrar nesse assunto. – eu o repreendo, querendo manter as memórias o mais longe possível. – O que eu quero dizer, é que nós deveríamos focar nisso, na nossa carreira, nos nossos sonhos, não em um relacionamento. Pelo menos não agora.

- E o que fazer quando os meus sonhos incluem um relacionamento?

Eu me deito novamente, ficando a poucos centímetros do seu rosto, e encosto uma das mãos em sua bochecha com carinho.

- Sabe... – minha mão percorria sua face, inquieta. – Nesse tempo que tive longe de você, eu percebi que devemos crescer individualmente. Precisamos encontrar a felicidade sozinhos, Jug. Só assim a gente vai conseguir ficar junto.

- Então, senhorita Cooper, como você sugere que façamos isso? Não se esqueça de que agora trabalhamos juntos. – suas mãos passam pelos meus cabelos, causando-me arrepios.

- Eu sinceramente não sei. – sorrio olhando nos seus olhos.

- Você vai embora? – ele me olha com pesar. – Digo, depois que encerrarmos o projeto. Você não tem motivos para ficar, então eu pensei que...

- Não. – eu o interrompo e pude ver os seus olhos brilharem. – Andei conversando com a mamãe hoje cedo e estou quase comprando um apartamento perto da revista.

- Nossa. Isso é bom. – ele dá um sorriso esperançoso.

- Que horas são? – eu pergunto meio desesperada.

Jughead olhou para o despertador, que ficava em cima do criado mudo.

- Quase três.

- Meu Deus! Eu preciso ir. Amanhã eu acordo cedo e tem outra reunião com os acionistas. – levanto-me cambaleando, e pego as roupas do chão, colocando o vestido, um pouco desajeitado. – Não sei o que seria daquela empresa sem mim, a Verônica não funciona sozinha. – coloco os sapatos enquanto Jughead fecha o zíper do meu vestido.

Vou até a mesa e tomo um último gole de whisky que restava em um pequeno copo, coloco os brincos e vou caminhando em direção á porta, sentindo Jughead logo atrás de mim.

- Betty?

- Jug? – me viro para olhá-lo.

- Promete não sumir, nem fugir, nunca mais?

- Prometo. – sorrio, virando-me de costas novamente.

Vamos em silêncio até a porta, Jughead coloca um robe azul escuro e um chinelo nos pés.

- Então... - encosto no batente da porta, antes de sair. – Amigos de novo? – estendo a mão para ele, sorrindo.

- Amigos de novo. – ele aperta a minha mão. – Ou melhor, bons amigos.

- Amigos que transam. – eu disse, provocando uma gargalhada em Jughead.- Ei! Silêncio! Tem gente dormindo lá em cima. – eu digo tentando conter o riso.

- Você não vai contar da gente né? – ele pergunta.

- Pra quem?

- Pra sua mãe. Você sabe, ela é meio pilhada com essas coisas. Se duvidar, ela vai querer que a gente volte a morar junto.

- Não vou contar, nem pra ela e nem pra ninguém. Não é apropriado.

- E também... – ele coçou a cabeça, olhando para o chão. – A gente não voltou, então...

- Somos amigos, é o que importa. – passei a mão pelo seu rosto.

- Tudo bem. Estamos resolvidos.

- Eu preciso ir. – digo tentando me distanciar.

- Quer que eu suba com você? – ele disse e eu o olhei desconfiada. – Só até a porta, eu juro! – ele levantou as mãos.

- Não precisa, acho que o caminho daqui até lá é bem seguro. – digo rindo.

- Separados por um elevador. – ele também ri.

- Te vejo amanhã? – eu pergunto quase saindo.

- Sim. Consegui alguns arquivos sobre o réu. – ele se referia ao nosso projeto. – Temos muito trabalho pela frente.

- Ótimo! – dei um selinho rápido nele, me despedindo. – Segredinho nosso!– deixando Jughead rir, com cara de tonto, dou as costas, sem saber se realmente queria voltar para o meu quarto. Foco, Betty! Você não pode estragar tudo agora.

Queridos leitores, este foi mais um capítulo. Votem e comentem, isso faz a diferença!

Between Us ▶ Bughead |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora