Capítulo 23- Hospital

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A noite tivera sido agitada. E meu cérebro passou a comandar-se sozinho após o tiro. Sangue. Havia muito sangue.


- Não solta essa arma, Betty. - Jughead gritou. Pude ver o suor escorrer por sua testa.

- Ela não tem numeração, não é registrada. Se fosse, chegariam até a mim e eu estaria ferrada. - minha voz carece qualquer tipo de sentimento.

- A sua mãe não tinha te dado ela? Ela não precisa ser registrada pra isso? - ele questiona.

- Que tal você parar de fazer perguntas e me ajudar com isso?- digo me mexendo de um lado para outro. Limpo meu revólver com um lenço e o coloco perto de uma das mãos de Reggie.

- O que você tá fazendo? - Jughead parece inquieto.

- Você quer ser preso? - perguntei e ele fez que não com a cabeça. - Que bom, porque eu também não quero. Eu tô limpando a nossa barra.

- Você só pode estar ficando louca, Betty. Você atirou na cabeça dele. Ele vai morrer! - Jughead parecia não acreditar no que estava acontecendo. Suas pupilas estavam dilatadas, e as pernas estavam moles feito um papel.

- Ele ia atirar em você! - começo a andar de um lado para o outro. - Pegou na orelha, tá vendo? - apontei para Reggie. - Ele não vai morrer, foi um tiro de raspão.

- Mesmo assim, você atirou no cara. - suas mãos estavam sobre a cabeça. – E a arma dele? Por que acreditariam que ele mesmo deu um tiro na cabeça com uma arma que não é a dele? – Jughead apontou para a mesa de centro, onde estava o revólver de Reggie.

- Não tem numeração. – cheguei perto da arma e a analisei. – Ela também não é registrada. Se você sumir com ela, ninguém vai saber que é dele.

- Eu não vou sumir com isso. – Jughead me olhou espantado.

- Amor, olha pra mim. – aproximei-me dele pegando em suas mãos e levando-as até o meu rosto. – Eu não queria ter feito isso, está bem? Eu juro que a última coisa em que eu pensava fazer na minha vida era atirar em alguém. E a ideia de que ele possa morrer está me apavorando, mas a gente precisa fazer alguma coisa. Ele iria matar você se eu não tivesse feito isso. A gente pode ter uma boa história para a polícia.

- Betty, não... – seus olhos estavam distantes e suas mãos agarraram as minhas.

- Pega o meu telefone e liga para a emergência. – eu disse.

- O quê? – ele perguntou.

- Liga para a polícia, para a emergência. Para alguém. Não se identifique. Enquanto eles vêm pra cá, nós vamos até em casa e trocamos de roupa.

- Você pra sua e eu pra minha, né? – ele perguntou.

- O que? – olhei pra ele, confusa.

- Casa. – ele fez um sinal com a mão.

- Ah, é. Cada um pra sua. – dei uma risada nervosa. – Pega o meu celular. Liga com ele, por favor. A responsável por isso sou eu. Se encontrarem a ligação, ela tem que ter vindo dele.

- Ok, pode ir. Eu vou ficar e fazer a ligação. Vou logo atrás de você.

- Tem certeza que vai ficar tudo bem? – perguntei.

- Tenho. Pode ir. Precisamos ser discretos. – ele me olhou nos olhos antes de abaixar a cabeça.

- Ei. – dei um passo para trás e me aproximei novamente dele. – Eu te amo. E não importa o que aconteça, isso nunca vai mudar.

Between Us ▶ Bughead |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora