Boa leitura!
- Betty, me ajuda aqui! – Cheryl grita do andar de baixo.
Quando desço as escadas, a única coisa que consigo ver é o topo de uma cabeça ruiva e o pequeno corpo de Cheryl quase pendendo para trás em uma tentativa de segurar um vaso de cristal com rosas azuis e brancas.
- Calma aí, ruiva. – Toni atravessa pela porta e pega o vaso de suas mãos, o levando para fora.
- Isso é hora de estar acordando? – ela me olha incrédula.
Ok, eu não estou em boas condições. Fazem uns tr ês dias que não lavo o meu cabelo, ele já assumiu uma forma estranha e vive pendurado em um coque no alto da cabeça, sem contar nos quatro dias sem dormir na última semana.
- Releva, Cheryl. A febre do Isaac só abaixou essa noite, nós não dormimos nada.
- Ele está melhor? – ela pergunta.
- Novinho em folha! – dou uma risada. – Acordou cedo hoje, porque ficou sabendo que teria uma festa de aniversário e agora está lá fora com o Jug, na piscina. Esses dois ainda vão me enlouquecer.
- As meninas já estão organizando o salão de festas, está tudo do jeito que você pediu, mas eu quero que veja como está ficando.
- Tudo bem, eu já vou lá, só preciso tomar um banho. – abraço meus braços e deixo um suspiro escapar entre meus lábios.
- Você está bem, B? Tudo bem entre você e o Jughead? – ela se aproxima e toca em meus ombros.
- Tudo ótimo. Nesses meses todos da adaptação do Isaac, o Jughead tem se mostrado um pai incrível. – dou um sorriso. – Na verdade ele é incrível em tudo que faz. Eu só estou me sentindo um pouco sobrecarregada. Você sabe, cuidar da casa, dar conta de todo o trabalho acumulado na revista, ser o suficiente para o Jughead e tentar ser uma boa mãe para Isaac. Eu achei que seria mais fácil.
- Pera aí, Betty. – ela faz uma pausa, me analisando. – Me deixa organizar esses pensamentos malucos que surgiram aí nessa cabecinha de vento. – Cheryl se ajeita em cima dos saltos e cruza os braços. Eu sabia que ela ia me dar algum sermão, pois antes de começar a falar, ela esfregou os lábios, que como sempre tinham aquela cor vermelho sangue, marca registrada da minha prima. – Em primeiro lugar, essa casa vive cheia de empregados, você não precisa se preocupar com ela. Olha aqui – Cheryl passa os dedos pelo corrimão da escada e depois os mostra para mim. – Nenhuma poeira sequer. Seu emprego é maravilhoso e se você não der conta de tudo o que tem pra fazer, eu tenho certeza que teriam dezenas de pessoas que poderiam te auxiliar. Você é uma super mãe para o Isaac, em onze meses você se tornou alguém que eu nunca achei que se tornaria. Na verdade, eu não achei que você pudesse ser mais incrível, mas você nos prova todos os dias o contrário. O Isaac te ama muito, ele mesmo já disse isso para mim. – ela me olha nos olhos, ainda mantendo a postura de durona, mas com certo tom de doçura na voz. – E que papo é esse de ser suficiente para o Jughead?
- Ele merece o melhor de mim, Cheryl. Eu preciso ser o que ele precisa, e eu sinto que não estou conseguindo fazer isso.
- Ele te falou alguma coisa?
- Não, e é isso que me incomoda. – respondo.
- Como assim? Você quer que ele reclame de você, é isso? – sua voz agora toma um tom sarcástico.
- É que ele é muito bom, sempre tenta fazer o máximo para me ajudar com tudo. Você não tem noção, nós nunca mais tivemos uma discussão. Eu tenho medo de que ele não esteja me falando algo, alguma coisa em mim que o esteja incomodando, sei lá.
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Between Us ▶ Bughead |CONCLUÍDA|
RomansaO amor feroz entre Elizabeth Cooper e Jughead Jones é posto a prova quando segredos e mentiras vêm a tona. Será que esse amor é capaz de suportar as feridas do passado?