Capítulo 16- Surpresa!

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Os dias seguintes ao encontro perturbado que tive com Noah e Jughead no meu escritório foram estressantes. Após uma briga que não nos levou a lugar nenhum, Verônica resolveu manter Noah na revista, mas em um cubículo distante do meu escritório. É ótimo não ter que vê-lo durante o trabalho, mas o simples fato de saber que estou dividindo oxigênio com ele me incomoda. Depois da discussão, Verônica e eu não nos falamos mais, entendo que ela queira o melhor para a revista, mas, mais uma vez, ela deixou as pessoas que mais se importam com ela de lado para manter os seus interesses empresariais. Ter um espírito empreendedor nem sempre é algo benéfico, e mesmo com o suicídio de seu pai, Hiram Lodge, depois de perder quase todo o seu patrimônio em jogos de azar, ela não aprendeu a usar seus recursos de barganha e persuasão nos negócios. Jughead tem me ajudado com o projeto por e-mail, evitando qualquer contato comigo. Algo naquele dia o deixou fora de sua zona de conforto e ouvi dizer que o estado de saúde de sua mãe piorou. As mensagens que lhe mando raramente recebem uma resposta, e nossos encontros casuais em reuniões não promovem nenhuma troca de palavras. Sinto que devo dar a ele todo espaço que necessita, além do mais, agora somos apenas amigos que viveram um romance em um passado distante. Um mês se passara desde que entramos no projeto, e nosso prazo de entrega está cada vez mais curto. Minha atual rotina se resume em passar noites em claro na B&V e discutir catálogo de cores de cortinas com a minha mãe.

- Tenho um presente para você mãe. Quero te deixar responsável pela decoração do apartamento. – afasto o telefone do rosto ao ouvi-la gritar, exigindo a minha presença para a escolha das almofadas. – É algo que interessa mais a você do que a mim. Pode, pode ser lilás. – reviro os olhos e vejo Reggie encostado ao batente da porta, sorrindo ao ver o meu incomodo ao telefone. – Mãe, preciso desligar. Mais tarde nós conversamos sobre isso. Não importa o modelo dos abajures. Eu confio no seu bom gosto. Beijo. – mal esperei que ela terminasse o seu show melodramático de mãe abandonada numa reforma e desliguei o telefone.

- Ela está mesmo empolgada com a sua mudança. – Reggie manteve-se encostado na porta.

- Por mim, continuaria naquele apartamento com apenas uma cama e um frigobar. Ela diz que eu tenho uma vida além do trabalho e que devo ter um lugar decente para levar os amigos.

- Então, o seu amigo aqui quer te chamar para um almoço, topa? – ele se aproximou da minha mesa.

- Só se for no Melanie's. A comida de lá é maravilhosa e é perfeita pra satisfazer a minha dose diária de calorias necessárias para manter essa bunda gigante. – peguei a minha bolsa e me levantei. – Preciso voltar a malhar.

- Você está ótima. – Reggie falou quando ofereceu o seu braço.

- E você me livrou de mais um almoço solitário no escritório. – entrelacei o meu antebraço esquerdo no dele.

Eu estava usando um vestido midi preto, com botões por toda a sua extensão e um mule Chanel, também preto. Meus cabelos já passam dos ombros em um corte desigual que proporciona movimento. Descemos a escadaria do Soleil em meio a gargalhadas. Além de um ótimo assistente, Reggie tem um senso de humor que nunca se abala, o que me faz admirar ainda mais a sua companhia. Entramos no Maserati estacionado em frente ao prédio e Peter, o motorista, fez um breve aceno com a cabeça.

- Bom dia, srta.Cooper. Para onde deseja ir?

- Bom dia Peter. Sei que foi Verônica quem mandou você, não vou recusar a carona, mas quero que fale a ela que ainda não estamos bem.

- Verônica se importa com você, srta. Cooper.

- Me chame de Betty, por favor. Nos leve ao Melanie's. – ignorei o comentário de Peter e voltei a olhar para as ruas movimentadas pela janela.

Between Us ▶ Bughead |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora