A teoria do café

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Caminhava ansioso. Já o imaginava quente entre as mãos e sua respiração invadindo minhas narinas. Estava sedento por café.

Quanto pagaria naquele momento por um café quentinho?

Dois, três, cinco reais.

Dissequei a carteira e ele veio para minhas mãos. O primeiro selinho, o beijo e o delírio.

Ele desceu escandalosamente quente pela garganta.  

O êxtase fora interrompido pelo celular que tocou engasgando . Chefe na linha. Discussões e cobranças. Cinco minutos se passaram. A fumaça do café sumiu. Seu calor se foi. O telefone desliguei.
Peguei o copo, para retomar a paixão, e uma careta apareceu.

Ele havia esfriado.

Não valia sequer um centavo. Pedi ao atendente - joga fora pra mim.

E parti pensando sobre a vida e o café.

Nem todas doenças são crônicasOnde histórias criam vida. Descubra agora