Capítulo 27 - Uma fase ruim.

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Shirley

Olhei em volta assim que ouvi as palavras de Felipe. Eu estava mesmo nua, deitava com um desconhecido numa cama de motel de quinta.

Levantei da cama apavorada e fui até Felipe, que neste momento me encarava com um evidente nojo de mim.

- Felipe, me escuta, não é nada disso que você está...

- Pode parar, eu não quero ouvir nada. - Ele me interrompeu de modo frio. - Eu não esperava isso de você.

Ele disse e eu pude notar a decepção em sua voz.

- Me deixa explicar, Felipe. Por favor... - Supliquei debilmente enquanto segurava o lençol contra o meu corpo.

- Seja lá qual for a mentira que você inventou, não vai fazer diferença. - Ele disse me encarando.

Minha cabeça doía irritantemente.

Nisso, ouvi passos pelo quarto que não eram meus, e nem se Felipe. So então me sei conta de que o homem que estava comigo na cama já estava vestido e parou na minha direção.

- Bom, já que a conversa dos pombinhos vai demorar eu vou indo. - O homem disse beijando minha bochecha. - Adorei nosso encontro de hoje, linda.

O cara disse e seguiu em direção a porta, porém Felipe foi mais rápido e no segundo seguinte os dois homens estavam embolando no chão do quarto aos socos.

- Parem, por favor. Parem com isso. - Gritei nervosa para que eles parassem.

Com certa relutância Felipe soltou o homem, que levantou-se cambaleante e com um pouco de sangue no rosto, sumindo porta a fora.

- Felipe, por favor... - Supliquei chorando.

- É impressionante como eu me enganei com você. - Felipe disse novamente me encarando, em seguida ele saiu pela porta do quarto e me deixou sozinha naquele motel barato.

Fiquei alguns segundos sentada naquela cama ainda segurando o lençol contra o meu corpo, e tentando lembrar quando foi que as coisas ficaram tão ruins para mim.

Mas eu não consegui chegar numa conclusão, so consegui chorar.

(***)
Felipe Miranda

-

É impressionante como eu me enganei com você...

Foi a última coisa que eu consegui dizer antes de sair daquele motel vagabundo. A última coisa que eu poderia imaginar dela. Que a Shirley, a mulher que eu amo, não passava de uma vagabunda.

Poucos passos a diante alcancei meu carro e arranquei o mais rápido que pude daquele lugar.

Vaguei pela cidade por tanto tempo perdi as contas, amanhã talvez apareçam algumas multas de trânsito por conta da imprudência, mas não me importava no fim das contas.

Eu queria esquecer a cena grotesca naquele motel e acreditar que havia algo muito errado acontecendo, que Shirley era inocente.

No fundo eu queria mesmo era ser capaz de ignorar tudo isso e acreditar nela, pega-lá nos braços e ter a certeza de que ela é minha.

Mas, infelizmente, querer nem sempre é poder!

Algum tempo depois me deixei ser vencido pelo cansaço, dei meia volta com o carro de segui para o apart-hotel.

Não demorei a chegar e logo meu carro ja estava estacionado na garagem enquanto eu pegava o elevador em direção ao andar do meu apartamento.

Sai do elevador tateando os bolsos atrás da chave quando notei a porta entreaberta, de certa forma não foi surpresa encontrar a Shirley sentada no sofá, aflita e aparentemente me esperando.

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