Capítulo 26 - Motel.

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Pouco me importava se eu estava de salto e com um vestido social numa praia, eu só precisava relaxar.

(...)

Felipe Miranda

- Com licença...

Minha ficha so caiu quando ouvi essa frase da boca de Shirley, e em seguida ela saiu do jantar sem ao menos olhar para trás.

Cris, Pedro e eu gritavamos o nome dela na tentativa de fazê-la voltar, mas foi em vão. Ela não parou, ela se quer olhou para trás.

- Viu oque você fez, mãe? - A voz da minha irmã se fez presente trazendo-me de volta a realidade.

- Eu falei a verdade, oras... - Minha mãe se fez de inocente.

- Que verdade mãe? A que você queria humilhar minha mulher nesse jantar? Que você me enganou dizendo que pediria desculpas? Perguntei irritado passando as mãos no rosto.

- A sua mulher é a Jéssica, meu filho, e não aquelazinha.

- A SHIRLEY QUE É A MINHA MULHER!

Gritei perdendo a paciência. Com isso a dona Vitória se calou, arregalando os olhos assustada.

Dito isso, dei as costas e sai daquele jantar fracassado e me sentindo um imbecil. Sai andando pelo calçadão perguntando dela as pessoas que passavam por mim, mas não obtive sucesso algum.

Peguei no carro e dei uma volta pela cidade, indo aos locais que ela costuma ir quando quer ficar sozinha, mas também não a encontrei em nenhum desses lugares.

Dai, já mais calmo, decidi voltar para o apart-hotel esperar ela chegar, uma hora ela teria que voltar para casa, certo?

Pelo menos espero eu que sim.

Cheguei em casa, tomei um banho e esperei no sofá da sala procurando estar calmo para a hora em que ela chegasse em casa, mas as horas se passaram vagarosamente e nada dela chegar, lentamente o nervosismo surgia e se acumulava dentro de mim. Então lembrei-me que de todos os lugares que Shirley costuma ir quando quer ficar sozinha, eu não tinha visitado a praia.

Levantei do sofá catando a chave do carro para sair novamente.

Segui para a porta afobado, e quando abri a porta dei de cara com Shirley. Seus olhos estavam inchados denunciando um choro rescente, os sapatos de salto nas mãos e os pés sujos de areia provaram que minha teoria dela estar na praia estava correta.

- Ah, que bom que voltou, meu amor. - A puxei para mim num abraço apertado. - Não sabe o quanto fiquei preocupado...

- Me larga, Felipe. - Ela disse fria, desvensilhando-se de mim.

- Oque?

- Chega, não dá mais pra mim. Cansei...

- Do que você está falando, Shirley? - Perguntei cauteloso.

- Estou falando de tudo, Felipe, da sua mãe, da Jéssica. De tudo...

Ela disse indo sentar-se no sofá, passando as mãos no rosto e depois nos cabelos, chorando.

- Não Shirley, isso não. - Falei me abaixando em frente a ela. - Você poderia se esforçar mais, sabe. Minha mãe é difícil mas vocês podem se entender...

- ME ESFORÇAR MAIS FELIPE ? COMO? - Ela gritou se afastando de novo. - OQUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA, SUA MÃE ME ODEIA!

- Calma, também não é assim...

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