Ondas

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Como uma onda que vem e te afoga, esse sentimento vem, e doe, meus olhos ardem, meu peito doe, minha alma queima em ansiedade. Fogo que me abrasa e me queima, que tira de mim de mim mesmo, que me afoga e que me sufoca, e o vazio que tudo come me mata, e eu corro, eu tento fugir mas não dá, não dá. E eu clamo leva-me, tira-me daqui, e não sou ouvido, eu grito, e ninguém aparentemente me ouvi.  Eu peço acaba com essa dor, e não acaba. E como em milagre, ela passa, e quando menos espero volta, como um furacão que se forma sem perceber, e quando eu vejo já está arrasando tudo, eu me deito ponho o fone no ouvido, e espero passar, mas não passa, só aumenta. Eu saiu, e uma pequena dose de alegria me inunda, mas em pouco tempo a enxurrada é sugada pelo vazio, e me vem a dor. E com medo do que pode acontecer, eu fujo pra dentro do meu fatídico mundo.

E a ansiedade e a insegurança me cobrem, como mantos que são postos em quem tem frio, no entanto, eu não escolho me cobrir. Eu olho pros lados e penso, porquê? Eu grito um som abafado, um grito silenciado pelas mãos de meus raptores, e sinceramente não sei como me tornei cativo deles,  não faço ideia de como cheguei a esse ponto.

E mesmo em meio a inúmeras pessoas me sinto só, a ponto de recorrer a desconhecidos, e clamar que me ouçam, e a dor não tem fim, e tenho medo de dar um fim a ela.


Anng.

Contos de meu euOnde histórias criam vida. Descubra agora