Uma sensação de invalidez e de inutilidade se recai sobre mim, uma pressão que supre meu âmago, um sentimento a muito esquecido pelo meu ser, e vem, eu sinto uma presença em mim, e ela me corrói, e começo a tremer, meu corpo se enche de êxtase, e o vazio se preenche, de algo que não consigo identificar, uma mescla de ansiedade com alegria, como tais coisas se misturaram em mim.
A pressão faz com que eu sinta falta de ar, me esforço pra não pensar em nada, mas é inutil. Tantantatataaa, um som estridente que reçoa em meu interior. Fecho os olhos, e assim sou levado para um outro lugar, mecho meu corpo em todas as direções, mas não passa.
Um sentimento de completo arrependimento e medo me prendem, mas porque? O que fiz? Me pergunto, mas não há resposta, nunca há.
Aaaaaaaaaa, grito, e tudo se esvai, tudo sai, restando apenas eu. E a solidão me deixa louco.
Volta, eu peço, mas ele não volta.
VOLTAAA. Mas ele continua a ir.
POR FAVOR, NÃO VÁ, não me abandone, não agora.
Mas ele vai, e quanto mais longe ele está, mais meu mundo se escurece, e forças me pucham para trás. Na escuridão fico preso.
Sou prisioneiro de mim mesmo, essa é a verdade, eu sou o carcereiro, eu sou o preso, e quando chegar a hora eu serei o carrasco, eu serei meu algoz, eu serei o morto, eu serei a família que irá chorar e lamentar a perda, serei apenas eu, somente eu, o algoz de meu ser.Anng
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Contos de meu eu
RandomUma série de pequenos contos, pedaços de um fragmentando eu. Alguns textos, poemas ou qualquer arranjo de palavras, sem qualquer responsabilidade, tamanho, lógica, somente alguns pedaços de meu ser. Alguns desabafos, expurgos de um ser intenso...