Poemas ébrios

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Carta de amor aos mortos

Carta de amor aos mortos

Sim uma carta

Sim... De amor

E sim, aos mortos

Mas por que uma carta?

Não sei, o que poderia vir a ser uma carta? Não sei. Tal formatação de texto condiz com o estilo? Aos letristas de plantão, minhas sinceras desculpas, por não tá pouco me importando.

Voltando

Carta de amor aos mortos

Mas, amor?

Sério caro escritor? Carta de amor aos letristas? Digo, mortos? Uma carta de amor aos mortos?

Sim caro leitor, de amor.

Amor

Calma amarinheiros, calma. Esse texto não se decorrerá como uma balada amorosa, não, definitivamente não.

Amor, porque seria entrega, por isso carta de amor.

Para decifrar o porquê de amor, deve se entender o porque de mortos.

Carta de amor aos mortos.

Mortos

No presente caso, os mortos somos eu. E antes que os g(d)ramáticos venham reclamar, liberdade poética me foi dado. Agente se entende? Intão pronto. Voltando aos mortos, eu sou os mortos, mortos em campos de batalha, em mortes involuntárias. Todas ao som de clarins e violinos. Por isso suíte do fim do mundo. Mortos.

Carta de amor aos mortos.

Por isso amor. Pois os mortos também sou eu.

Uma balada delicada se estende em meus ouvidos

Um bardo errante canta minha alma

Um violino em seus ombros a dedilhar meu ser. Notas avulsas me descrevem

Dó, me falta Dó e um Ré um RéMédio que cure minha SolIdão, que Mi FáÇa FáLá, que Mi FáÇa ver.

Um bardo canta uma sonata de dor.

Uma sonata de solidão.

Por isso carta de amor aos mortos.

Pela solidão que a morte trás

Não pra quem vai

Mais pra quem fica, mais e mais, e não é pouco.

Mas quem não vai?

Eu.

Eu

E eu

Não

Tu vais

Contos de meu euOnde histórias criam vida. Descubra agora