Eu

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Foi como um turbilhão, como um tsunami que vem sem que nenhum radar perceba, e arrasa tudo o que está na sua frente. Então, tudo o que se encontra pela frente, sou eu, euuu. E às águas desse tsunami me cobrem, e eu não sei nadar, ou seja, eu claramente me afogo. Se por ventura você, assim como eu, já se afogou, deve saber exatamente a sensação da água entrando em seus pulmões, é horrível, dói muito, e queima como um fogo que irrita tudo, seu peito, sua garganta, tudo.
É assim que me sinto, impossibilitado de respirar, incapaz de agir, com medo de não respirar, é como se uma mão me sufocasse, e quando eu, tonto pela falta de oxigénio no cérebro percebo, é a minha mão que está me sufocando, só aí tudo para, até outra mão vir.
Quando comecei a escrever, pensei, porquê? E hoje eu sei o porque, é pelo fato de ao escrever algo, eu expurgo de mim, o que há de pior dentro do meu ser, que sou eu. É como se ao escrever esse lado meu fosse passado, para onde estou escrevendo.
Lotham, esse é o meu nome, Lotham, o ser que vive dentro de mim, que caga tudo, que me faz sentir-me longe de mim mesmo.
Angg, esse também é meu nome, Angg, a criatura que no ápice dos meus sentimentos ruins, me faz chorar, me faz sentir um outro eu.
Gabriel, esse sou eu, esse sou eu quando a luz se recai sobre mim.
Loki, esse por ventura também sou eu, um ser de pura apatia, um vazio, um vácuo que tudo suga.
Tell, isso não sou eu, e nem tão perto serei, o inexistente.
Vitor, esse sou eu, um ser fragmentado, um ser apata, de luz, de trevas, de ódio, de amor, em guerra consigo mesmo, em paz com seu mundo, um ser composto de sentimentos nunca sentidos antes nesse corpo, esse sou eu.

Vitor.

Contos de meu euOnde histórias criam vida. Descubra agora