Não me imagino te vendo e não poder falar nada, tento mas não consigo, me ver como sendo pra ti menos que amigo. Não quero viver e não poder te ter ao meu lado, é difícil te ver passar pelos corredores e não poder falar.
É estranho pra ser sincero, não poder falar o que sinto, ou melhor, demonstrar o que sentimos um pelo outro. Eu não quero me imaginar vendo vc conversar com seu amigos e eu de longe. Que nas nossas trocas de olhares sejam apenas isso, olhares. Que ao chegarmos em casa troquemos mensagens apaixonadas, mas quando estamos juntos somos como estranhos. É estranho imaginar-me lhe beijando, sentir o calor de teus lábios, e não poder ser mais nada. Não poder falar sobre nós, não que eu faça questão, mas não posso.
A ti dedico este texto, a nós dedico esse sentimento.
Um vazio sendo preenchido, mas que ao mesmo tempo é aumentado. A cada pedaço que é tapado um pedaço de mim se vai pra ti. Tu fazes um bem tão grande pro meu ser, mas eu sinto que o estrago quando tu partires será praticamente irreparável. E aparecerá outra pessoa, que alargará mais e mais o meu vazio.
Será que não devo morrer só? Enamorado por mim, afogado em mágoas e egoismo? Não sei.
Não sei se devo abdicar de sentir, se devo me prender. Não. Não mais. Não hoje. Não.
N
ão devo.
A ti dedico tais palavras, dedico cada mero e vago sentimento, cada pura e complexa emoção. A ti dedico meu ser.
E de nós vejo nascer um outro eu. Quem? Quem és tu? QUUUUEMM. O que queres de mim?
Nada? Porquê nada?
Sois eu? Não. Não és. Ou será que sim?
E quem, ou que sois?
Eu? Claro.
Sois Tell. Eu te nomeio de inominável. Eu te chamo de ardor. Eu sinto teu calor. Eu sinto teu fogo. Eu te sinto em meu peito. És Tell. O inexistente. O que não se vê ou se sente. Tell, sois Tell.
Quando meu olhos se recaem sobre ti esse sou eu. Não Angg, não Loki, ou Lotham muito menos, não sou Gabriel, tampouco Vitor. Sou Tell. O ser de puro fogo. Tell o empata, o singelo, o puro, o doce, a dor, o medo. Esse sou eu.
Ou eu acho que sou.
Ser inexistente. Tell.
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Contos de meu eu
RandomUma série de pequenos contos, pedaços de um fragmentando eu. Alguns textos, poemas ou qualquer arranjo de palavras, sem qualquer responsabilidade, tamanho, lógica, somente alguns pedaços de meu ser. Alguns desabafos, expurgos de um ser intenso...
