O bebê de Emma

Capítulo 32

Emma

Adam ainda dorme, seu peito sobe e desce tranquilamente. Os fios de cabelo levemente bagunçados.
Mesmo com o rosto coberto de machucados, pode-se notar sua beleza exuberante.

Adam se remexe na cama, deve está desconfortável. Seus olhos abrem lentamente, se acostumando com a claridade do ambiente.

— Está aí à muito tempo?- 

Pergunta ainda sonolento. 

— Tempo o suficiente para ver você roncar e babar.- Seu rosto se contrai em uma careta.— Você fica ainda mais bonito quando dorme! Nem parece aquele diabo da Tasmânia quando está acordado.

As palavras saíram antes que eu pudesse contê-las. Mas não dava para negar que ele era bonito, sorrindo era mais bonito ainda. E mesmo com aquele humor de um senhor de idade, Adam continuava atraente. Como eu não pude notar antes que tudo nele me atrai? 

— Você está me olhando feito boba!

Adam me alerta.

— Não estou não! 
Tento disfarçar meu nervosismo.

— Sim você está! Eu sempre soube que você se sentia atraída por mim! Mas sempre tentava disfarçar.

Sinto meu rosto queimar.

— E o seu irmão? Quando ele vai vir?- Mudo de assunto.

Agnella havia me informado que Adam tinha um irmão mais novo. Elliot. Mas eu ainda não havia o conhecido, vi apenas algumas fotos de quando ele ainda era criança. Uma criança muito bonita por sinal.
Agnella também disse que Elliot quase não frequentava a casa de Adam porque achava ele muito careta e sem humor. Pelo que soube Elliot é uma pessoa extrovertida.

— Elliot está fazendo uma viagem à negócios para o Brasil. Optei por não avisa-lo! Não quero que ele se preocupe comigo. Espero que Agnella não tenha dito nada.- Adam explica tranquilamente.

— Ele é seu irmão Adam, não é justo você fazer isso! Tenho certeza que ele se preocupa com você!- Adam afirma com a cabeça.

— É, eu sei! Mas ele tem coisas mais importantes para se preocupar. E eu já estou bem! 

O mesmo senta na cama com dificuldades e segura em minha mão.

— Emma...

O mesmo começa a falar. Nota-se que escolhe as palavras com cuidado.

— Eu sinto muito! Por tudo que te causei, não há palavras para descrever o meu comportamento e nada, absolutamente nada, justifica o mau que te causei. Me perdoe...

Ficamos ali parados, encarando um ao outro, estava tentando digerir suas palavras.

— Suas palavras me machucaram Adam, profundamente. As palavras machucam, mais do que qualquer outra coisa! E as suas, elas foram cruéis. Mas se tem uma coisa na vida que aprendi foi a perdoar e seguir de cabeça erguida. 

Sua expressão é de pura tristeza.

— Eu me arrependo profundamente! E caramba, estou apaixonado por você, quero mudar por nois dois. E merda, eu quase morri para ter a certeza de que era realmente isso que eu queria.

Adam inclina a cabeça, e passo os dedos com suavidade em seus cabelos. Seu corpo se contrai e o mesmo sorrir para mim.

— Pela primeira vez eu sinto o que realmente significa amar alguém.

Uma vermelhidão tomou conta de seu rosto.

— Eu ainda não consigo acreditar! Tenho medo de que tudo isso seja apenas um sonho, não quero acordar e me decepcionar.

Levantei da cadeira e fiquei em pé, o encarando.

— Deus do céu, eu não estou mentindo Emma! Nunca fui tão sincero em toda a minha vida.

Acompanhei o olhar dele até um canto qualquer do quarto.

— Eu sinto medo. Medo de ser machucada outra vez.

Eu me senti péssima. Queria desesperadamente contar tudo a ele, tudo que Taylor fez. 

— Eu não vou te machucar Emma, eu prometo! 

Ele parou de falar e ficou apenas olhando para o meu rosto, e logo em seguida para minha barriga.
O silêncio nos envolveu e os minutos se passaram. Adam continuava à me encarar. 

— Eu posso tocar? 

O mesmo aponta para minha barriga.
Por um momento fiquei sem reação.

— Tem certeza?

Tudo isso era novo para nois dois

O mesmo afirma com a cabeça.
Enquanto observava seu rosto inexpressivo, caminhei em sua direção e sentei na mesma cadeira que estava à alguns minutos atras.
Pego em sua mão livre e aproximo da minha barriga com cautela.

Adam hesita por um instante. Mas continuo.

Com a mão sobre minha barriga Adam acaricia e começa a fazer movimentos circulares na mesma. Hope chuta.

— Ela gostou de você!
Sussurro.

— É uma menina? 

Afirmo com a cabeça.

— Se chamará Hope.

Hope continua agitada dentro da barriga.

— Isso é normal? O bebê se mexer assim? Deve estar com fome! Você já comeu hoje?

Sorrio com todas suas perguntas.

— O bebê está bem! Ela está feliz por conhecer você.
Adam arregalou os olhos mas logo sorriu.

— Lembra quando perguntei à você, se acreditava que uma pessoa seria capaz de mudar outra? 

Balanço a cabeça em afirmação.

— Você me respondeu que acreditava no amor. E se acreditava no amor poderia acreditar em qualquer outra coisa.

Eu não fazia ideia do que ele queria dizer com aquilo.

— Eu quero você Emma, mas do que qualquer outra coisa! Quero cuidar de você e do seu bebê. Quero vocês ao meu lado.

Sinto um misto de emoção tomar conta de mim. Não estava preparada para nada disso que estava acontecendo! Mas a vida é uma caixinha de surpresas, sempre nos surpreende.

— Você tem certeza disso? 

— Mais do que qualquer outra coisa!

Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo nesse momento.
Não consigo acreditar no que acabei de ouvir. Respiro fundo. Pisco com força. 

E se tudo isso for apenas uma brincadeira de mal gosto? E se Adam estiver apenas me fazendo de boba? 

Meu cérebro funcionava a mil por hora. Levanto e caminho pelo quarto, não consigo ficar parada em um só lugar.

— Se você estiver brincando comigo, eu juro por Deus que quebro sua cara.

Sua gargalhada preenche o ambiente.

— Não estou brincando! Por que não consegue acreditar em mim?

Sua voz soa amargurada.

— Eu acredito em você Adam! 

Sem que eu note, ele levanta da cama e caminha em minha direção. Estou de costas para o mesmo.
Adam espalha beijos por toda a região do meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar e uma onda de calor invadirem o mesmo.

— Você está maravilhosa.
Murmura em meu ouvido. E ouço um grunhido de dor 

— E você está um bagaço, como diria o Theo.

Viro-me para o mesmo e encaro seus lábios. Adam recebe a mensagem e toca os meus com delicadeza. 

Inclino-me e beijo seu rosto, e depois seus lábios.
Ele fechou os olhos e retribuiu com a mesma intensidade.