Capítulo 36

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Autora narrando

Sofia andava pelas ruas da cidade desnorteada. Não sabia qual rumo certo tomar. Estava perdida, não sabia o que fazer, não tinha para onde ir.

A jovem não compreendia, tentava, mas não conseguia. Se perguntava a todo momento o porquê de tudo aquilo está acontecendo com ela. Por que sua mãe teve que partir justamente agora? Pensou: No que tinha feito de errado para que tudo aquilo estivesse acontecendo justamente com sua família.

Ajeitou seu pequeno irmão em seu colo e o abraçou ainda mais forte. A noite estava fria e o pequeno Will se remexia em seu colo, procurando o calor do seu abraço.

" Protegerei você. "

A garota pensou e beijou o topo da cabeça do seu pequeno irmãzinho.

Continou caminhando pelas ruas quase vazias. As pessoas que transitavam pelo local não à encaravam, ninguém se importava com a jovem garota carregando em seus braços uma criança. Estavam ocupados demais olhando o celular ou relógio, para notar a garota com os olhos vermelhos por causa das lágrimas que caiam incansavelmente.

Caminhou por longos minutos até avistar uma pequena praça. Estava quase vazia, à não ser pela presença de um jovem casal que namoravam embaixo de uma rubostra árvore. Os galhos balançava ferozmente por conta de vento.

O casal pareceu não notar a presença de Sofia, e se notaram, fingiram não está vendo. Continuaram aos beijos.

Sofia sentou-se com o pequeno em seus braços e o abraçou ainda mais forte. Sabia que aquele lugar poderia ser perigoso, mas não tinha outra opção.

O pequeno de cabelos dourados remexeu-se inquieto no colo da irmã. O frio o incomodava, e o pequeno casaco não parecia surtir efeito contra aquela noite fria. Sofia pegou a pequena mochila que carregava nas costas, carregava ali dentro somente o necessário. O necessário para o pequeno Will. Tirou de dentro da mochila um fino lençol e enrolou contra o seu corpo e do Will. Aquilo ajudaria a protege-los.

Permaneceu sentada no pequeno banco da praça. Por mas que estivesse com sono, não conseguiria dormir, tinha que permanecer de olhos bem abertos. Sabia o que poderia acontecer se não permanecesse atenta.

O casal já não estava mais ali, Sofia não viu o momento exato em que os dois se foram.

Se ao menos o velho Vicent tivesse lhe dado mais um mês, tivesse compreendido que a garota está passando por uma situação difícil e que não era fácil cuidar de sua mãe doente e trabalhar ao mesmo tempo. Um mês. Era o tempo que Sofia precisava para ajustar as coisas. Prometeu que pagaria todos os meses atrasado. Mas o senhor rabugento já não tinha mais a famosa paciência de esperar, e sem pestanejar colocou a pobre garota para fora com a pequena criança. Não queria os dois ali! Não se importava que a garota acabara de perder a mãe e que agora estava sozinha em um mundo repleto de perigo. A única coisa que importava para o velho Vincent era o dinheiro. E Sofia não tinha.

- Quero a taem taem!- o garotinho acordou sonolento os olhinhos brilhando em busca de resposta. Encarou o lugar a sua volta tentando reconhecer. Nunca estivera ali. Seus pequenos olhos azuis encarvam a irmã.

- Mamãe não está mais aqui! Está brincando com os anjinhos.-Apontou para o céu com poucas estrelas. Não sabia a maneira certa de explicar para a criança.

- Quelo ela ati.- Will pediu para a irmã. Sofia não fazia ideia do que fazer. Sentiu um nó na garganta. Não podia chorar, não podia fraquejar na frente do irmão, tinha que ser forte por ele. Ele era a única razão da garota continuar.

O bebê de Emma Onde histórias criam vida. Descubra agora