Reunião com a equipe

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Haviam se passado já três dias do acidente. Ainda sentia muitas dores, apesar delas estarem menores. Meu olho já não está tão feio, mas ainda parece que fui golpeado com um soco muito forte, daqueles que nocauteiam um boxeador profissional, de alto nível. Preciso resolver isso logo, apesar de Júlia querer que eu fique deitado até me recuperar totalmente. Como ela pede pra mim descansar, ligo para alguns amigos de meu pai, advogados, policiais e juízes. Eles sempre nos apoiam, é uma amizade de anos, eles me viram crescer. Quase todos desses amigos, são amigos de infância de meu pai.

Sendo assim, quem melhor para cuidar das questões legais e nos apoiar quando algum crime ocorre contra nós? Quando tentaram matar meu pai provocando um acidente, ele ficou bem ferido. Seus amigos não pararam de trabalhar até que o acusado foi preso. Infelizmente, seus advogados conseguiram que ele fosse solto. Nem imaginava que eles viriam atrás de mim. Meu pai está em seu barco no Caribe, descansando, junto com minha mãe e alguns empregados de confiança. Mais que merecido, depois de tentarem matá-lo. Ainda não sei o que levou esse cara a tentar matar meu pai, não encontrei nada que ligasse ele a meu pai, que desse algum motivo para tentar isso. O acusado também não explicou o que o levou a fazer isso, estou muito curioso.

Mando uma mensagem para eles, peço para Júlio, o cozinheiro de meu pai fazer uma refeição especial pra gente, e insisti que ele comesse junto conosco. Eu não curto essa história de "você é empregado, ninguém nem precisa te ver por perto", como algumas pessoas que conheço fazem. Eu insisto que comam comigo, e faço amizade com todos os empregados. Seleciono um bom vinho para combinar com a paella de frutos do mar que o chef fará. É o prato que é mais feito, quando meu pai se reúne com esses amigos. Disse para Júlia que eles viriam e ela fica feliz de eu fazer o que ela pediu. Ela veste um vestido comportado e preto. Fico encantado com o que vejo.

Ela passa uma maquiagem preta, nada pesado. Destacava seu olhar azul de uma forma incrível. Em seus lábios carnudos, um batom vermelho sangue maravilhosamente lindo. Ela pega bem nos meus pontos fracos, só pra me provocar. Quando chega 19:00, hora marcada com eles, alguém toca o interfone. O porteiro avisa que eles chegaram. Chegaram todos os 8 amigos de meu pai, em duas BMW x6 pretas. Estão todos vestindo ternos pretos, muito elegantes, inclusive as duas advogadas. Eles são: 2 juízes, 5 advogados e 1 sargento do Exército.

Os recebo, tentando disfarçar as dores. Eles, brincalhões como sempre, usaram o acidente para descontrair um pouco. O sargento Alberto diz:

-Andou apanhando por causa de que, rapaz? Foi mulher é?? - Ele tentou usar o fato de eu nunca ter sido muito namorador, mas desta vez eu dou o troco pela zoação da vida toda:

-Que nada, não preciso brigar por mulher não, tenho minha namorada. - Olho Júlia e ela vem até mim, beijando meu rosto. O sargento fica surpreso

-Prazer em te conhecer, como se chama? - Ele cumprimenta Júlia educadamente.

-Me chamo Júlia, prazer em conhecê-los!

-Finalmente saiu da lista dos solteiros eternos? Parabéns aos dois! - Rimos juntos e os outros entram

O juiz Marcelo passa, logo atrás dos advogados que nem todos conheço. Um velho amigo d emeu pai que integrava a equipe de advogados morreu recentemente, então um outro advogado ficou em seu lugar. Meu pai sentiu muito a sua morte, há anos não o via tão abalado. A última vez que o percebi abalado assim, foi quando o seu pai morreu, quando eu tinha 8 anos. Todos nós sentimos muito, mas já sabíamos que ele não viveria por mais muito tempo, pois ele estava com câncer no estômago em fase terminal.

Os advogados Pedro, Felipe, Tiago, João, Luís, Cláudia e Ana Paula sentam-se na mesa. Um garçom chega com o vinho e nos serve. Começo a contar toda a história do que houve, com detalhes. Cláudia olha para Júlia e pergunta:

-Júlia, sei que você trabalha com a área hospitalar, mas por ser psicóloga você poderia dar uma ideia se o acusado sofre de alguma psicopatia?

-Posso sim, mas não sei se terei 100% de certeza. Meu ex-professor da faculdade estuda muito as psicopatias, há mais de 25 anos. Ele poderá te dar uma certeza. Pela cara, dá pra ver que algo de errado tem esse cara. Pode ser diversas coisas, que possuem diversos graus de diferenças.

-Ah, vocês se conheceram na faculdade então?

Ficamos um pouco vermelhos e digo:

-Ela é minha professora.

As moças fazem o famoso "owwwn que fofo" e os homens "ala safadão!"

Ficamos totalmente vermelhos e rimos de nervoso. O assunto volta a ficar sério. Júlia tem um poder de conquistar todo mundo ao seu redor, queria poder ter isso também! Ela faz isso de forma muito natural, acho que ela já nasceu com isso, e na faculdade só aprofundou.

Depois de quase meia hora, a comida chega. O próprio chef vem falar-nos do prato, e o aplaudimos. Levanto-me e o abraço. O chef Maurício me viu crescer, acompanhou minha vida toda. Puxo uma cadeira e faço questão de que ele coma conosco. Ele sorri e agradece. Começamos a falar de outros assuntos, para dar uma acalmada no clima de tensão que se formou por conta da situação que nos reuniu. Damos risadas, contamos piadas, comemos, e bebemos umas duas garrafas de vinho durante a noite toda. Sorte que nenhum deles está de motorista, pois na situação que sairão, não poderiam dirigir. Recomendo que só dirijam depois de amanhã, pra ter certeza que todo o álcool já teria sido eliminado do corpo.


Uma Professora Apaixonante (+18) (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora