O espectro de Baku adentrou o barco de guerra de seu superior com Elisa em suas costas. Os outros espectros sob o comando de Garuda olharam para ele com seus cenhos franzidos e sobrancelhas arqueadas, todos querendo entender porque ele carregava uma mulher inconsciente em seus ombros, contudo Kazuaki passou por todos com uma mal disfarçada expressão presunçosa, ignorando-os e seguindo direto até seu líder, que se encontrava sentado em uma cadeira alta, toda feita de uma madeira muito escura e belamente trabalhada no final da sala.
- O que é isso...? - Aiacos olhou para o corpo da mulher que seu subordinado colocara estendido no chão.
- É algo que acho que vai lhe interessar, senhor Aiacos. Eu estava andando pelo limite do Santuário, procurando algo para me distrair quando vi um pequeno grupo indo em direcão ao vilarejo e os pensamentos dessa mulher me chamaram a atenção - ele cutucou o tórax de Elisa com o pé.
- E o que seria? - Aiacos perguntou, entediado.
- Ela estava pensando no Kagaho, o espectro de Benu.
- O Kagaho? - de repente o assunto se tornara deveras importante.
- Sim. Ela estava sendo levada para fora do Santuário por uma amazona e um aprendiz de cavaleiro, dois insetos insignificantes que eu não tive problemas para eliminar - gabou-se o espectro.
- Não que isso seja algo para se vangloriar - desdenhou Violate de Behemoth, o braço direito de Aiacos.
- Eles pareciam muito precupados em levar a garota para o vilarejo - Kazuaki continuou, ignorando a interrupção - E com a segurança dela.
- Então ela deve ter alguma importância - Aiacos coçou o queixo, pensativo.
- E, no momeno que eu ataquei, ela pensou em Benu de um jeito como se esperasse... como se desejasse a presença dele ali.
- Entendo - ele se levantou - Leve-a para o quarto desocupado próximo ao seu. Eu irei ter com ela mais tarde. Enquanto isso, Violate venha comigo. Quero que vigie o que os cavaleiros estão fazendo em Jamir. Soube de uma atividade incomum de cavaleiros por ali.
- Sim, senhor. - Violate o seguiu.
Kazuaki fez o que Aiacos ordenou e Elisa foi colocada em um pequeno quarto na parte inferior da popa do navio. Assim que acordou, a jovem olhou em volta, confusa, sem fazer ideia de onde se encontrava. Apesar de a porta estar naturalmente trancada, ela não havia sido deixada livre para se mover dentro o cômodo. Havia uma pequena janela e a visão das estranhas pinturas feitas por Hades a fez correr até lá.
- Mas o que é isso? - exclamou ela - Esse lugar está flutuando!
Não havia ninguém ali para explicar o que estava acontecendo, no entanto, o fato de estar tão perto do temido Lost Canvas a fez perceber que estava no território do deus do mundo dos mortos.
Após algumas horas, quando Elisa já estava a ponto de gritar para que alguém, qualquer um, mesmo sendo um espetro, aparecesse, Kazuaki entrou. Ele trazia água e comida e aquilo a tranquilizou, já que ele não faria uma coisa dessas se pretendesse matá-la de imediato.
- Acordou, garota. - ele continuava parecendo tão mau quanto antes e Elisa sentiu um arrepio - Coma logo, eu vou trazer o mestre Aiacos - o homem abriu um sorriso maligno - Ele quer conversar com você.
O espectro saiu e Elisa se esforçou para comer alguma coisa, afinal não sabia se voltaria a ver um prato de comida tão cedo e queria ter energia para o caso de tentar escapar dali. Embora, se eles estavam mesmo no céu, fugir seria impossível. Esse Aiacos, pensou desanimada, certamente era alguém importante, já que aquele homem - se é que poderia ser chamado assim - o tratava com tamanha deferência.
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Chamas negras
Фанфик1° lugar na categoria "Fanfic" do concurso Órion - 2° edição "Há uma simpatia quase inevitável entre os bons entre si, que é o princípio da amizade instaurado pela natureza." Uma amizade inesperada. As chamas do espectro de Benu serão capazes de o...