A terrível pintura no céu

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Manigold acompanhou Elisa de volta ao Santuário e ela teve vontade de pedir a ele que dissesse a Regulus que a procurasse, caso o visse, mas mudou de ideia. Ele também não poderia ficar perdendo tempo com ela, no meio da guerra, só porque não queria ficar sozinha. Em vez disso, decidiu ir até a enfermaria, para ajudar a cuidar dos feridos que ainda lutavam pela vida. Iria em casa para comer alguma coisa e depois trabalharia tanto que não teria tempo para sentir solidão.

O céu estava límpido e ensolarado, pensou e um suspiro saiu de seus lábios no momento em que levantava o olhar para as nuvens e uma coisa muito estranha chamou sua atenção. Havia diversas imagens no céu, parecendo pinturas. Mas aquilo era impossível! Incrédula, Elisa esfregou os olhos e, quando os abriu, percebeu que não havia se enganado. Seria um sonho? Estava alucinando?

Sem que se desse conta, a jovem apertou o passo na direção da casa. Chamaria Regulus e perguntaria o que estava acontecendo afinal. Ao chegar finalmente, sentiu um grande alívio ao ver o Cavaleiro de Leão lá dentro.

- Regulus! – ela correu para perto dele.

- Elisa! Eu vim trazer mais comida para você. 

- Que bom, eu estava mesmo morrendo de fome. Sabe...

- O quê?

- Eu estava olhando para o céu e vi umas coisas estranhas. 

- As pinturas? – ele sentou em uma cadeira meio velha perto da janela.

- Isso! – ela respondeu, aliviada – Achei que estava ficando louca, o que é aquilo?

- É o que o Hades chamou de LostCanvas. Você ainda não tinha visto? Isso já tem alguns dias.

- Não – ela respondeu e percebeu, mortificada, que recentemente não conseguira fazer uma coisa tão simples quanto olhar para o céu com atenção.

- Bom, as figuras também aumentaram de quantidade, talvez por isso você tenha visto agora. Hades está fazendo essa pintura e, assim que terminar, toda a vida na Terra vai acabar.

- O quê?! – o alívio desapareceu na mesma hora – Ele pode fazer isso?

- Na verdade sim – ele anuiu. – Ele é o deus do submundo.

- Isso é terrível – ela estremeceu.

- Mas vamos conseguir vencer essa guerra antes disso, tenho certeza – ele respondeu, confiante.

- É verdade! –concordou ela, querendo mesmo acreditar naquilo.

- Eu soube que você andou ajudando a cuidar dos feridos. – ele mudou de assunto.

- Sim. Eu não quis ficar aqui sem fazer nada para ajudar.

- Isso é muito bom mesmo.

- Eu queria ter notícias dos meus acompanhantes, o Andrew e o Thorgan. Fico pensando se eles sobreviveram.

- Eu posso tentar descobrir. – ele sorriu – Desde que você não resolva sair atrás deles para descobrir.

- Não vou, pode deixar.

Elisa sentiu um impulso de dizer que encontrara com Kagaho, mas se deteve. Da outra vez, Regulus dissera a ela para ter cuidado com o espectro. Talvez ele ficasse aborrecido se ela dissesse que saíra a sua procura, afinal, ele era um inimigo.

- Estou preocupado com Sísifo – ele agora olhava para fora pela janela.

- Sísifo é aquele de quem Aldebaran falou? Que é o seu mestre?

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