Pena Negra

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Regulus acompanhou Elisa até o hospital, antes de se juntar aos companheiros para a investida contra Hades.

- Atena também vai? – Elisa perguntou, surpresa, ao ver Sasha ao lado de Shion e Sísifo no pátio central, onde os guerreiros se reuniam.

- Sim, chegou a hora de irmos com tudo – Regulus respondeu, anormalmente sério. – O tempo está acabando.

- Estarei aqui torcendo por vocês – Elisa uniu as palmas das mãos.

O barco de Atena flutuava majestoso no céu, bem acima do Santuário e, mesmo já bastante danificado pela dura batalha contra Aiacos, ainda parecia incrivelmente imponente e sólido.

- O que houve com Sísifo? – Elisa notou as ataduras que cobriam seus olhos.

- Na luta contra Aiacos ele furou os próprios olhos. – Regulus olhou para o tio.

- Mas por quê? – Elisa perguntou, perplexa.

- Tirando a própria visão ele poderia elevar o próprio cosmo ao máximo.

Ela olhou para o Cavaleiro de Sagitário e pensou no quanto aqueles guerreiros sacrificaram para conseguirem a vitória.

- Tchau, Elisa! - ele acenou e começou a correr na direção dos outros - E se cuida!

- Volta logo! - ela gritou em resposta.

- Voltarei, pode deixar!

Todos no hospital também pareciam apreensivos. Muitos dos pacientes, mesmo não estando ainda completamente restabelecidos, haviam partido para ajudar na batalha final.

Dédalo, no entanto, ainda continuava lá, mesmo querendo muito voltar a lutar. O confronto com Kazuaki não diminuíra sua vontade de se tornar cavaleiro.

- Mas doutor, eu posso...

- Dédalo, não adianta – o médico respondia o rapaz. – O que acha que pode fazer em um campo de batalha nesse estado?

- Mas o senhor liberou o James e o...

- Eu sei que estava em condições de ir ou não – o médico cortou o rapaz.

- Dédalo está inconformado – Melina sussurrou.

- Mas ele mal consegue ficar de pé – Elisa sussurrou de volta.

- Mas se eu elevar o meu cosmo...

- Assunto encerrado, Dédalo.

- Chegou cedo, hoje. – Elisa comentou com a amiga em tom de brincadeira, enquanto observava o aprendiz voltar para o seu leito, amuado.

- Eu acordei bem cedo para poder passar o máximo de tempo possível com Julius antes dele partir para a batalha.

- Seu noivo vai voltar são e salvo, tenho certeza disso. – Elisa apertou a mão da outra.

- Rezo por isso dia e noite.

Na hora em que o navio finalmente partiu, os habitantes remanescentes do Santuário pararam suas atividades e se uniram no pátio central, acenando com entusiasmo para os guerreiros que partiam, na tentativa de encorajá-los para a dura batalha que os esperava.

Bem mais tarde, após a partida de Regulus, Elisa usava a luz das velas para terminar alguns materiais que trouxera do hospital. Como tinha esperança de que ele e os outros cavaleiros voltariam, a pesquisadora decidira levar para casa alguns ramos de ervas que precisavam ser picadas ou maceradas. Eles retornariam provavelmente bastante machucados e, por isso, ela levara o material para casa, para que pudesse adiantar o trabalho.

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