Elisa sabia que, andando por dentro da floresta a oeste, poderia chegar até a montanha que diziam ser o Santuário e que, se era mesmo onde viviam os cavaleiros, deveria estar sofrendo com aquela estranha guerra também. Se seguisse para o leste, poderia encontrar um caminho para Atenas e sair de vez daquela confusão.
O caminho pela floresta era difícil, a mata era bem fechada e ela andava tentando fazer o mínimo de barulho possível, para o caso de haver algum espectro por ali também. Uma pesada neblina começou a surgir e aquilo a deixou ainda mais nervosa, era difícil até mesmo respirar. Será que ela pegara o caminho errado?
· O que está fazendo aqui?
A frase, por mais que fosse inofensiva, a fez dar um grito tão alto que o pareceu ecoar pela floresta inteira.
· Por que veio para a floresta se está com tanto medo?
Ainda trêmula pelo susto, Elisa percebeu finalmente que aquele era o espectro que a salvara.
· O que tem nessa floresta agora? – conseguiu perguntar por fim.
· Essa floresta está cheia de espectros, prontos para invadir o Santuário.
· Mas por quê? – perguntou ela, num sussurro – O que está acontecendo aqui?
· Ah, você não sabe? – ele a fitou por um instante – Você não é daqui, é?
· Não. – ela meneou a cabeça – O que são espectros?
· Nós espectros servimos ao imperador Hades.
· Hades? Você diz Hades, deus do submundo?
· Isso mesmo.
· Meu Deus... – ela apenas conseguiu manter os olhos arregalados – E por que esta guerra?
· Porque meu senhor Hades está lutando contra Athena.
· Então o que eles disseram era verdade... – ela estava definitivamente atônita. Toda aquela história de deuses mitológicos era real!
· Se quiser continuar vivendo por mais algum tempo, sugiro que dê meia volta e saia daqui.
· Eu achei que seguindo esse caminho para Atenas...
· Eu não faria isso, meus companheiros não pensariam duas vezes antes de acabar com você. Sua melhor opção é ir para o Santuário. Isso é, se uma simples mortal como você conseguir entrar lá, é claro. – ele deu uma risada cruel.
Em silêncio, Elisa começou a seguir na direção de onde viera e que levaria até o Santuário mas, no último instante, se virou para ele novamente:
· Quem é você? – perguntou.
· Kagaho de Benu. – chamas negras rodearam seu corpo e ele a fitou com superioridade – A estrela celeste da violência.
O espectro ainda saboreou por um instante o choque no semblante dela ao ouvi-lo dizer aquilo. Ele sabia que para uma simples humana que nunca sequer ouvira falar sobre a guerra santa, aquela demonstração causaria aquele efeito e certamente aumentaria o medo que ela sentia dele.
· Então você também destruiu a vila?
· Não. – ele respondeu com simplicidade – Meu dever é apenas proteger o imperador. Eu vivo para mantê-lo em segurança, nada mais me importa. – ele abriu as asas de sua sapuris - Bom, não tenho mais tempo para perder aqui de papo com você.
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Chamas negras
Fanfiction1° lugar na categoria "Fanfic" do concurso Órion - 2° edição "Há uma simpatia quase inevitável entre os bons entre si, que é o princípio da amizade instaurado pela natureza." Uma amizade inesperada. As chamas do espectro de Benu serão capazes de o...