Augustas Cartas Chilenas

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Ouço branto, choro, lamúria. Ecos que vem lá de longe. Ecos do vale de Monte Verde. Ecos de sangue das mães mapuches que cobrem o Mar de Maule. Negrume aurogástreo de susceptível solstício. Brilhantismo sanguinolento resquício. Delicadeza sanhuda moribunda.

Acima da face do abismo, estrela vermelha reluz a noite de tal maneira a sangrar num semblante cruel, falaz. Chuva de foice e martelo caem, traspassam aquele neurastênico quotidiano solaz.

Guerrilheiros urbanos destruíram, mataram vidas maculadas. Filhos da revolução proletária sequestraram, assassinaram vidas imaculadas.

Tragaram povaréu,

mero trabalhadores léu.

Enlevos

relevos

elevo-vos.

Trincheiras da ditadura. Amargura que exala da armadura. Apenas aranzel em pleno caramanchel.

Hoje, estes guerrilheiros urbanos são aclamados de abaetés."Urbi et orbi". - dizem eles.

Será que estes audazes ,

será que estes algozes,

estão numa exemplaridade

de atitude? de excelsitude?

Eles vêm. Eles vêm com total autolatria e como régio auroque de vestidura astracã, devastaram asselvajada cidade politizar. Invadida por criminosos marxistas. Deixaram colossal exício nos pascigos da desídia regozijo factício. 

Nasceu negror a qual fulgor imperecível. Sabor aurantíneo em lábios dos refugiados. Famintos, sedentos, torturados. Lacrimejantes sanguíneos numa prisão ditatorial. Olhos daqueles que foram camuflados em caricaturas ulissíacas.

Auroresce de um auso veraz. Florescer de um lasso voraz.

"Cara data vermibus." -  assim diz na lápide.

Cadáveres dispneicos,

cadáveres semipútridos.

Nas estradas homéricas, 

o óbice sempiterno.

POETIZA-ME OU TE DEVOROOnde histórias criam vida. Descubra agora