Virtuosos Pagãos, Bem Vindos ao Limbo

32 6 40
                                    

Todos acordaram em uma espécie de caverna com um rio correndo entre pedras, além de rochas cobertas de musgo verde claro. Acima deles, num teto rochoso, havia apenas uma grade que dava visão a um local parecido com um calabouço e tochas que iluminavam o local. Netero havia previsto que a batalha com Mammon não daria certo e tinha certeza que todos morreriam, bom, eles quase morreram. Kira foi a primeira a recobrar sua consciência.

– ...Onde estamos? – A Serafim olhava ao redor, procurando qualquer pista que indicasse o que havia acontecido.

– ...Hendrick? Netero? – Crowley lembrava de ser totalmente empalado por demônios. Ele tocou seu abdômen, percebendo que estava estranhamente inteiro e sem qualquer resquício de feridas.

– Preciso de um cigarro. – Disse Hendrick enquanto vomitava no rio.

– Mas o que... – Alucard olhava para o Baal vomitando com a mão levantada, desejando poder esticar seu braço e dar um soco. – Agora não temos água potável. Ótimo. – Ele se levantou e procurou suas adagas, que estavam no seu bolso, assim como todas as armas estavam com os outros heróis de algum jeito. Se questionava quem era burro o bastante para prendê-los sem pegar seus equipamentos.

– Crowley? O que aconteceu? Eu apaguei depois daquele golpe, senti que todos os meus ossos tinham sido destroçados...Mas aparentemente, não. – Netero se sentou, fazendo com que todos se reunissem ao redor dele para dialogar.

– Eu apaguei depois de simplesmente ser empalado pelos demônios de Mammon, não consegui me defender de forma alguma. Depois disso, só me lembro de acordar aqui, e você? – Ele olhava para Hendrick, que ignorou a pergunta pois continuava vomitando no rio.

– Mammon espancou vocês, praticamente. – A Serafim olhava para cima, pros lados, mas não via nada.

– Bom...Você também, já que está aqui conosco. – Disse o monge.

– Milagrosamente, eu permaneci intacta em todo momento e não foi Mammon que me fez apagar, não...Eu havia feito ele afundar no poço de lava abaixo do castelo, aliás, destruímos tudo. Ele deve estar bem estressado agora. Voltando, afundar ele na lava só deformou aquela forma grotesca.

– Ele era forte demais...Droga. – Netero olhou para cima, alguém se aproximava.

– Agora compreendo porque Sanctum apenas correu. – Crowley viu o monge desviando o olhar desconfiado e fez o mesmo.

– Sanctum correu porque era apenas um covarde.

– Mammon não o deixaria preso se fosse o caso.

– Deixaria. Qual a melhor maneira de nos pegar? Eles deviam saber que estávamos atrás de Sanctum, fingiram esse golpe para nos trair, depois nos sequestrar, agora para o quê, não faço ideia.

Os passos acima deles cessaram formando um silêncio no andar de cima, acompanhado de corpos que tampavam a luz gerada pelas tochas. Sanctum e Mammon apareceram nas grades, com um sorriso de vitória no rosto.

– Você raciocinou bem, Nephilim. – Sanctum se abaixou nas grades para olhar mais de perto, quase caindo através delas.

– Mammon! Para quê tudo isso? – Disse Crowley.

– Sinceramente? Queria vocês mortos. Mas não posso fazer isso. Ainda. – Mammon colocou a enorme mão no ombro de Sanctum, indicando para que ele levantasse – Acho que devemos algumas explicações. Sanctum, por que não fala?

– Com todo o prazer. Primeiramente, uma informação, o Primeiro Círculo já não possui um duque desde...Hm, alguns séculos?

Naquele momento, os cinco heróis tiveram o mesmo pensamento: O Arcanjo Gabriel era um dissimulado, desinformado e retardado.

New Light - Do Apocalipse ao ArmagedomOnde histórias criam vida. Descubra agora