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- Então, como vamos achar essa tal caverna? - perguntou Miguel, depois que contei a história em mais detalhes para ele, relacionada ao sonho que tive.

- Hum... - Olhei ao redor, procurando por algo específico. Não demorei a encontrar e logo esbocei um sorriso. - Nosso ponto de partida é ali - apontei para um lugar específico.

Mais precisamente, na direção de algumas rochas. No entanto, não eram rochas comuns. Lembro-me perfeitamente do sonho com a índia. Ela mencionou que eu deveria procurar as rochas pontudas que recebem o pôr do sol. Só poderia ser ali, principalmente porque percebi que era daquele lado que o sol se punha no final do entardecer. A caverna estava bem próxima.

Juntos, caminhamos até a direção das rochas. Depois, paramos ao lado da margem do rio. A caverna estava escondida sob as águas do rio Igarapé... Em outras palavras, teríamos que mergulhar ali, já sabendo que a profundidade da água ali era bem maior em comparação com a anterior.

Eu e Miguel nos entreolhamos, não precisei dizer nada, pois ele entendeu rapidamente o que deveríamos fazer. Não havia mais para onde correr, estávamos finalmente perto; desistir agora não era mais uma opção.

- Você não precisa fazer isso se não quiser, eu vou entender - falei, receosa com a resposta dele. Mas ele apenas riu baixinho.

- Qual a graça?

- Não sou um homem de desistir, pequena, saiba disso - disse ele, alegre.

Sem perder tempo, ele retirou o chapéu de vaqueiro e o deixou próximo às rochas, colocando algumas pedras por cima para que não voasse, colocou suas botas ali também. Miguel prontamente mergulhou no rio, sem hesitação. De início, tomei um susto, não esperando tanta prontidão da parte dele, mas fiquei feliz de ver.

Retirei meu boné e o coloquei ao lado do chapéu dele, além dos meus tênis, depois pulei no rio, com mochila e tudo. Não importava se o que estava ali dentro fosse molhar, pensei. Dos males, o menor. Assim que mergulhei, vi Miguel já a certa distância. Ele apontou para uma direção específica, sinalizando para que eu o seguisse. Será que ele encontrou uma pista da caverna?

Tentei nadar mais rápido para diminuir a distância entre nós. Quando me aproximei de Miguel, conseguimos, enfim, avistar a entrada da caverna, mais ao fundo do rio. Sorrimos um para o outro, mesmo já prendendo a respiração debaixo d'água por um bom tempo. Faltava pouco agora... Nadamos mais rapidamente em direção à entrada e assim entramos. Não demorou para encontrarmos uma superfície. Quando colocamos nossas cabeças para fora da água, respiramos fundo, aliviados por sentir o oxigênio novamente. Nadamos até a margem.

- Vem, eu te ajudo - disse ele, ao sair da água e estender a mão para me auxiliar. Sorri e peguei na mão dele.

- Parece que chegamos, hein?

A caverna parecia enorme, com musgos nas paredes, pequenos animais correndo de um lado para o outro, além da pouca iluminação. Coloquei minha mochila à frente e retirei a lanterna de dentro dela. Quais eram as chances de ela ainda estar funcionando? Bom, não custava tentar, afinal, a guardei envolvida por várias toalhas.

Tentei ligá-la. Não funcionou de primeira, tentei mais algumas vezes. E, com bastante pensamento positivo, a lanterna ligou. Ri baixinho, sem acreditar naquilo. Talvez a sorte estivesse realmente do nosso lado agora. Pelo menos, não estávamos mais completamente à mercê da escuridão ao nosso redor.

- O que estamos procurando, exatamente?

- Não sei ao certo... Pistas sobre minha mãe, sobre como salvar o meu povo, mais detalhes da minha missão. Qualquer coisa já serve - respondi, empolgada.

AVENTUREIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora