Capítulo 5

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POV JC

- Cadê meus netos? Se avexem que estou com saudades – escuto e corro para receber minha avó. Não a vejo desde o enterro do vovô há 2 anos.

- Vovó, que bom que veio ficar conosco.

- Deixa eu te vê, José Carlos. Tá bonito!

- A senhora está linda vovó, não mudou nada.

- Não buli comigo, menino. Mas cadê o Toninho?

- Olha eu aqui, vovó.

- Arre-égua! Mas não é possível, pensei que fosse o Edmilson! Era um pixototinho da outra vez que vi, agora já está um moço!

- Ouviram, já estou grande – diz meu irmão envaidecido.

Entre muito riso, cumprimenta a todos com abraços, nos enchendo de beijos.

- Se axegue, mãinha. A casa é sua.

- Oh, meu filho! Que alegria finalmente conhecê sua casa. Meu coração nunca mais sussegô desde que veio buscá serviço em São Paulo, ainda menino, pouco maior que o Edmilson.

- Já passou, mãinha. Deu tudo certo. Tenho muito que agradecê a Deus.

- Amém. Rezo todo dia para a Santinha abençoá nossa família e ela escuta.

- Não quer se deitar, D Severina? Deve estar cansada da viagem – minha mãe sugere, após minha avó ver toda a casa,

- Vou aceita, tô com uma dor no ispinhaço...

Almoçamos em clima de festa, depois que minha avó descansou um pouco, e mesmo a Joana esteve simpática.

- O Justino mandô abraços para todos, disse que vem em visita pelo Natal.

- E o sr. Atasildo, mãinha, está bem? Da última vez estava adoentado.

- Aquele bexiguento está bem, num qué é sabê de trabaiá, isso sim – diz no seu jeito divertido de se expressar – Mas agora quero é dá os presentinhos que trouxe.

- Para meu filho, alfinin, para adoçá sua vida, que sei que gosta.

- Foi a senhora que fez, vovó. Me ensina? – pergunta Inês tentando roubar um pedaço do doce.

- Foi, sim, minha neta. Vou ficá muito feliz em te ensiná.

- Para minha nora e minha netas, umas pulseiras e colares, para ficarem ainda mais bonitas no forró. E alpercatas, para meus meninos. Além dos confeitos.

Vovó deu notícias de outros conhecidos e nos divertimos com suas histórias engraçadas e os doces que trouxe para nós.

Sairei para fazer meu trabalho no meio da tarde e meus irmãos irão comigo. Estão elétricos de ansiedade para encontrar a Larissa na lanchonete. Percebo que Edmilson desenvolveu uma paixonite, pois não para de falar em como ela é linda.

- Tem alguém apaixonado aqui...

- De quem estão falando? – pergunta Inês entrando em nosso quarto.

- Da minha amiga Larissa. Iremos encontrá-la na lanchonete novamente.

- Tem razão, o galã enamorado não para de falar dos longos cabelos dourados e dos olhos verdes.

- Não é nada disso, ela é só minha amiga também – meu irmão diz envergonhado, tentando negar sem sucesso.

- Parece uma princesa, isso sim – Toninho entra na conversa. Pelo jeito Edmilson não é a única conquista...

Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora