Capítulo 7

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POV JC

Estou apaixonado. É um fato. Sem tempo para relacionamentos, nunca houve alguém na minha vida, fora uns encontros sem importância quando adolescente. Larissa virou meu mundo ao avesso e já não consigo me imaginar apenas amigo dela. Passo a noite em claro sonhando acordado com ela. Com seu sorriso, seus olhos verdes lindos, seus beijos... É um sentimento inédito para mim, e estou adorando a sensação.

Saboreio mais um de seus cupcakes após o almoço. Fizeram sucesso, todos amaram e Inês quer a receita. Ela e minha mãe conheceram a D. Cristina, mãe da Larissa, no curso e estão se dando muito bem.

Os meninos estão ansiosos pelo cinema à tarde e minha avó ri de sua animação.

- Avalie! Levar os irmãos pequenos para segurar vela!

- Larissa os adora, até fico com ciúme.

- É verdade, ela fez cupcakes para nós, vovó – fala Toninho com a boca cheia de bolo.

- Deixa que eu lavo a louça, mãe – Inês interrompe minha mãe, que não descansa um minuto.

- Adonde está a Joana? Vai dizer que voltou a dormir? Vá chamar ela, Toninho! – meu irmãozinho sai gritando pela mais velha que aparece mal humorada.

- Estou aqui. O que querem?

- Ajude sua irmã com a louça – manda minha avó, sem se importar com o modo de falar da neta.

- Estou cansada, preciso dormir.

- Cansada de quê? Num empurrou um prego num mamão maduro hoje!

- Não entendi nada do que disse, vovó. Estou precisando dormir, mais tarde ajudo.

- Pode pará de má-querença! Sua mãe se mata de trabalha, não vê? Ela não tem sábado, domingo... Você já tem idade para colaborar mais na lida da casa.

Joana respira fundo para não responder, e começa a fazer o serviço com um mau humor ainda maior. Ficamos calados, até meu pai não interfere quando a vovó dá ordens. Todos respeitam muito sua opinião, apenas Joana tem atritos com ela.

Saio com os meninos bem antes do horário de tão inquietos que estão. Combinamos de esperar em frente ao cinema, e já compro os ingressos e os tickets da pipoca e do refrigerante. Ela chega usando a camiseta do super-herói como disse que faria e é a maior festa. Assistimos ao filme e nos divertimos muito, lamentei apenas que a noite tivesse prazo para terminar, pois os meninos têm aula pela manhã e têm que dormir cedo.

Quando chego em casa, Joana saiu novamente e minha mãe está angustiada, pois a filha tem agido cada dia mais esquiva. Vovó está resmungando e Inês tenta aliviar a tensão contando do último livro que leu.

A semana passa no mesmo clima amoroso entre eu e Larissa, e tenso em casa. No sábado, saio à noite com minha namorada e já combinamos que não sairemos no domingo porque preciso estudar. Estamos conversando entre carinhos quando meu celular toca.

- Filho, venha rápido. Sua irmã, ligaram do hospital.

- Calma, mãe. Estou indo, qual o endereço?

- Inês está passando via mensagem. Meus Deus, estou tão nervosa.

- O que aconteceu?

- Um acidente, não sei direito, um carro... – seu choro interrompe a fala.

- Estou chegando, mãe. Ela via ficar bem – desligo o aparelho e me volto para a Larissa, que me olha preocupada.

- Minha irmã... Preciso ir.

Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora