Capítulo 12

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POV JC

A imagem do beijo deles não sai da minha cabeça, por mais que eu tente esquecer. As pausas são ocupadas por lembranças de nós dois, o que torna tudo mais difícil.

Quando Pedro me contou que eles estavam sentados juntos na aula, perdi qualquer esperança de ser um mal entendido. E com quis ter me enganado... Não consigo ficar com raiva dela, apenas uma tristeza enorme me preenche. E saudade... De seu riso, de seu cheiro, de seus beijos, de sua companhia.

- JC, cadê a Larissa?

- Ela não virá mais, Toninho. Não estamos mais namorando.

- Oxente! Ela pode namorar o Edmilson então? – rio de sua inocência, ele a quer, não importa como.

- Nosso irmão é jovem demais, talvez quando crescer.

- Se for para esperar, então eu é que vou ficar com ela, oras.

- Quem sabe, pequeno apaixonado?

- Mas ela vem para estudar? Continuam na mesma faculdade, não é?

- Sim, mas agora ela estuda com outra pessoa.

- Chato isso, hein? Quem é que é este galego disgramado que roubou nossa princesa?

- Está passando muito tempo com a vovó. Está começando a falar como ela.

Só mesmo o Toninho e a D. Severina para me fazerem rir nestes dias.

- O que que tem eu? – minha avó se aproxima curiosa.

- Vovó, o JC e a Larissa terminaram.

- Não aperrinhe seu irmão, Toninho. Não vê como está tristonho?

- Mas eu também estou, sinto falta da Larissa.

- Divera, mas o que há de se fazer? Vai escarafunchar algo pra fazê, menino, e deixa seu irmão em paz.

Saio de férias ainda sem falar com ela. Cada vez que a vejo com Marcus renova minha dor e convicção que fiz o certo. Não parecem estar saindo, mas estão sempre conversando.

Aproveito o recesso para descansar e dar mais atenção à minha família. Jogo bola com Toninho e Edmilson. Vou ao cinema com Inês. Levo missa avó à igreja. Mas Larissa ainda invade meus pensamentos em todos os momentos.

A obra está na fase final e meu pai já tem um novo serviço acertado. Somos chamados para conversar com o engenheiro responsável pelo prédio a ser construído e me surpreendo em encontrar um de meus professores.

- José Carlos, então é com você que vou trabalhar?

- Bom dia, Professor Alberto. Este é meu pai, Amarildo, ele que é o responsável. Meu irmão Manoel e eu somos pedreiros também, mas seguimos suas ordens.

- É um grande prazer te conhecer, Sr. Amarildo. Sempre me perguntei quem seria o pai de um rapaz tão esforçado como o seu filho. Deve estar muito orgulhoso dele, não?

- Prazer em conhecê o senhor também.

- Em todos os anos que dou aula, nunca tive um aluno tão dedicado e talentoso. Estava inclusive pensando em convidá-lo para fazer o estágio obrigatório comigo. O que acha, José Carlos?

- Seria uma honra, professor. Mas ainda não sei como farei, não posso deixar meu pai na mão.

- Pagarei pelo seu trabalho, não se preocupe. E tenho certeza que sei pai pode encontrar alguém para te substituir, não é verdade, Sr Amarildo?

Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora