POV JC
A imagem do beijo deles não sai da minha cabeça, por mais que eu tente esquecer. As pausas são ocupadas por lembranças de nós dois, o que torna tudo mais difícil.
Quando Pedro me contou que eles estavam sentados juntos na aula, perdi qualquer esperança de ser um mal entendido. E com quis ter me enganado... Não consigo ficar com raiva dela, apenas uma tristeza enorme me preenche. E saudade... De seu riso, de seu cheiro, de seus beijos, de sua companhia.
- JC, cadê a Larissa?
- Ela não virá mais, Toninho. Não estamos mais namorando.
- Oxente! Ela pode namorar o Edmilson então? – rio de sua inocência, ele a quer, não importa como.
- Nosso irmão é jovem demais, talvez quando crescer.
- Se for para esperar, então eu é que vou ficar com ela, oras.
- Quem sabe, pequeno apaixonado?
- Mas ela vem para estudar? Continuam na mesma faculdade, não é?
- Sim, mas agora ela estuda com outra pessoa.
- Chato isso, hein? Quem é que é este galego disgramado que roubou nossa princesa?
- Está passando muito tempo com a vovó. Está começando a falar como ela.
Só mesmo o Toninho e a D. Severina para me fazerem rir nestes dias.
- O que que tem eu? – minha avó se aproxima curiosa.
- Vovó, o JC e a Larissa terminaram.
- Não aperrinhe seu irmão, Toninho. Não vê como está tristonho?
- Mas eu também estou, sinto falta da Larissa.
- Divera, mas o que há de se fazer? Vai escarafunchar algo pra fazê, menino, e deixa seu irmão em paz.
Saio de férias ainda sem falar com ela. Cada vez que a vejo com Marcus renova minha dor e convicção que fiz o certo. Não parecem estar saindo, mas estão sempre conversando.
Aproveito o recesso para descansar e dar mais atenção à minha família. Jogo bola com Toninho e Edmilson. Vou ao cinema com Inês. Levo missa avó à igreja. Mas Larissa ainda invade meus pensamentos em todos os momentos.
A obra está na fase final e meu pai já tem um novo serviço acertado. Somos chamados para conversar com o engenheiro responsável pelo prédio a ser construído e me surpreendo em encontrar um de meus professores.
- José Carlos, então é com você que vou trabalhar?
- Bom dia, Professor Alberto. Este é meu pai, Amarildo, ele que é o responsável. Meu irmão Manoel e eu somos pedreiros também, mas seguimos suas ordens.
- É um grande prazer te conhecer, Sr. Amarildo. Sempre me perguntei quem seria o pai de um rapaz tão esforçado como o seu filho. Deve estar muito orgulhoso dele, não?
- Prazer em conhecê o senhor também.
- Em todos os anos que dou aula, nunca tive um aluno tão dedicado e talentoso. Estava inclusive pensando em convidá-lo para fazer o estágio obrigatório comigo. O que acha, José Carlos?
- Seria uma honra, professor. Mas ainda não sei como farei, não posso deixar meu pai na mão.
- Pagarei pelo seu trabalho, não se preocupe. E tenho certeza que sei pai pode encontrar alguém para te substituir, não é verdade, Sr Amarildo?
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Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série Sonhos
RomanceUm rapaz filho de um migrante nordestino que luta pelo direito de perseguir seus sonhos, apesar da desaprovação em sua própria casa. Uma garota que não aceita as imposições de seu pai e quer vencer por suas próprias qualidades. Serão capazes de supe...