POV JC
Nunca fui tão humilhado em minha vida. Precisei sair antes que brigasse com o pai da Larissa e acabasse com as chances de nos entendermos um dia. Penso no que minha irmã ainda terá que sofrer por causa dele e minha indignação aumenta. O melhor é manter distância.
Larissa está muito chateada com o que aconteceu. Me contou sobre a discussão de seus pais e sobre as mudanças que vê em sua mãe.
- Sinto muito se minha presença causou tanta confusão em sua família.
- Não foi sua culpa e sim de meu pai com sua intransigência. Não quero vê-los brigando, mas fez bem para minha mãe se impor.
- E seu irmão? O que diz sobre o bebê?
- Leandro quase não conversa conosco, mas quanto ao filho está muito animado. Já disse que assim que voltar a andar irá à sua casa para conversar com Joana. Me disse que enviou mensagens, mas que ela não respondeu.
- Ela não quer contato com ele, mas isso é impossível já que terão um filho juntos.
Aos poucos a vida volta ao normal. O rosto da Joana sarou, com apenas uma cicatriz pequena como sequela do acidente. Tirará o gesso em uma semana e voltará a trabalhar. Vovó está mais amorosa com minha irmã e elas não têm mais discutido como antes.
Pedro insistiu até ser recebido por Joana e eles têm se falado bastante.
- Boa tarde, meu amigo. Veio ver a minha irmã?
- Sim, iremos tomar um sorvete de maracujá, o bebê está com vontade.
- Mas ontem era de feijoada! – rio com ele lembrando dos pedidos da nova mamãe.
- Sabe que amo sua irmã, não é, JC? Se ela me aceitar, vou cuidar dessa criança como se fosse minha.
- Admiro sua dedicação, mas não acha cedo?
- Eu sempre a amei. Acompanhei de longe seus tropeços e sofri com sua indiferença. Estou apenas sendo um amigo agora e por quanto tempo for preciso, mas não desistirei dela.
- Torço para que ela reconheça o cara incrível que você é.
- Só quero fazê-la feliz. E já estou apaixonado pelo bebê.
- Todos estamos – somos interrompidos pela Joana que chega para encontrar Pedro.
- Vamos que estou com água na boca de tanta vontade daquele sorvete.
- Corre, não deixa o bebê esperá, senão nasce com cara pintadinha parecendo as sementes do maracujá – minha avó apressa e nos faz rir.
Depois de uns dias, estamos na obra quando nossa mãe liga desesperada, pois Joana está no hospital novamente.
- O que aconteceu, mamãe? É o bebê?
- Não sei ainda. Sua namorada ligou avisando que estava trazendo a sua irmã para cá.
- Calma, mãe, deve ser o calor. Olha, a Larissa está vindo.
- D. Maria, Sr. Amarildo, JC, que bom que chegaram. Joana quase desmaiou no serviço. Estão cuidando dela e estou esperando o médico me falar o que aconteceu.
Depois de um tempo a obstetra nos chama.
- Boa tarde. Sou a Dra. Mariana.
- Boa tarde, doutora. Como está minha filha?
- Sua pressão subiu muito, por isso ela passou mal.
- E isso é grave? Eles correm perigo?
- Sim, se a pressão não normalizar. É uma gravidez de risco. Serão necessários repouso, tranquilidade e acompanhamento durante toda a gestação. Pedirei inclusive um afastamento do serviço neste momento.
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Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série Sonhos
RomanceUm rapaz filho de um migrante nordestino que luta pelo direito de perseguir seus sonhos, apesar da desaprovação em sua própria casa. Uma garota que não aceita as imposições de seu pai e quer vencer por suas próprias qualidades. Serão capazes de supe...