Capítulo 10

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POV JC

Nunca fui tão humilhado em minha vida. Precisei sair antes que brigasse com o pai da Larissa e acabasse com as chances de nos entendermos um dia. Penso no que minha irmã ainda terá que sofrer por causa dele e minha indignação aumenta. O melhor é manter distância.

Larissa está muito chateada com o que aconteceu. Me contou sobre a discussão de seus pais e sobre as mudanças que vê em sua mãe.

- Sinto muito se minha presença causou tanta confusão em sua família.

- Não foi sua culpa e sim de meu pai com sua intransigência. Não quero vê-los brigando, mas fez bem para minha mãe se impor.

- E seu irmão? O que diz sobre o bebê?

- Leandro quase não conversa conosco, mas quanto ao filho está muito animado. Já disse que assim que voltar a andar irá à sua casa para conversar com Joana. Me disse que enviou mensagens, mas que ela não respondeu.

- Ela não quer contato com ele, mas isso é impossível já que terão um filho juntos.

Aos poucos a vida volta ao normal. O rosto da Joana sarou, com apenas uma cicatriz pequena como sequela do acidente. Tirará o gesso em uma semana e voltará a trabalhar. Vovó está mais amorosa com minha irmã e elas não têm mais discutido como antes.

Pedro insistiu até ser recebido por Joana e eles têm se falado bastante.

- Boa tarde, meu amigo. Veio ver a minha irmã?

- Sim, iremos tomar um sorvete de maracujá, o bebê está com vontade.

- Mas ontem era de feijoada! – rio com ele lembrando dos pedidos da nova mamãe.

- Sabe que amo sua irmã, não é, JC? Se ela me aceitar, vou cuidar dessa criança como se fosse minha.

- Admiro sua dedicação, mas não acha cedo?

- Eu sempre a amei. Acompanhei de longe seus tropeços e sofri com sua indiferença. Estou apenas sendo um amigo agora e por quanto tempo for preciso, mas não desistirei dela.

- Torço para que ela reconheça o cara incrível que você é.

- Só quero fazê-la feliz. E já estou apaixonado pelo bebê.

- Todos estamos – somos interrompidos pela Joana que chega para encontrar Pedro.

- Vamos que estou com água na boca de tanta vontade daquele sorvete.

- Corre, não deixa o bebê esperá, senão nasce com cara pintadinha parecendo as sementes do maracujá – minha avó apressa e nos faz rir.

Depois de uns dias, estamos na obra quando nossa mãe liga desesperada, pois Joana está no hospital novamente.

- O que aconteceu, mamãe? É o bebê?

- Não sei ainda. Sua namorada ligou avisando que estava trazendo a sua irmã para cá.

- Calma, mãe, deve ser o calor. Olha, a Larissa está vindo.

- D. Maria, Sr. Amarildo, JC, que bom que chegaram. Joana quase desmaiou no serviço. Estão cuidando dela e estou esperando o médico me falar o que aconteceu.

Depois de um tempo a obstetra nos chama.

- Boa tarde. Sou a Dra. Mariana.

- Boa tarde, doutora. Como está minha filha?

- Sua pressão subiu muito, por isso ela passou mal.

- E isso é grave? Eles correm perigo?

- Sim, se a pressão não normalizar. É uma gravidez de risco. Serão necessários repouso, tranquilidade e acompanhamento durante toda a gestação. Pedirei inclusive um afastamento do serviço neste momento.

Sonhos e preconceitos - Livro 1 da Série SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora