Meu Querido Guarda-Costas

Capítulo 9

Sophia

Me lembro de quando eu era apenas uma garotinha,com mais ou menos 6 anos de idade e perguntava para minha mãe quando meu pai iria voltar,o motivo pelo qual ele havia nos deixado e o porque ele não me amava. E a resposta era sempre a mesma,nós não precisávamos dele e que ele era um cretino e pobre. Nunca entendi bem,mas quando eu cresci eu pude ver o tipo de pobreza que minha mãe falava,não era relacionado a bens materiais,meu pai era pobre de alma,de cadência.

Depois de descobrir tudo sobre o meu pai e de como ele foi baixo com a gente eu resolvi deixar pra lá,esquecer de uma vez que um dia quis saber sobre seu paradeiro,sobre sua vida,suas preferências. Bem,eu nunca soube seu nome,ou sua face,mas soube seus gostos,o que ele fazia e que tinha outra família mesmo estando com a minha mãe.

Deixem eu explicar um pouquinho fatos sobre a minha vida. Eu me chamo Sophia Clark,tenho 28 anos e moro com a minha mãe Tânia e meu avô Samuel,os dois são meu porto seguro,só tenho eles na minha vida. A mais ou menos dois meses descobrimos que minha mãe estava muito doente e que precisava de uma cirurgia que custava bem cara,nem se eu vendesse parte do meu corpo pro mercado negro eu conseguiria pagar (sei disso porque eu pesquisei),então eu larguei a faculdade e comecei a trabalhar,peguei todos os trampos que eu conseguia,meu avô tadinho,queria sempre fazer algo pra ajudar e eu acho que é  por isso que ele anda tão estranho ultimamente,meio pensativo,deve tá pensando em algo pra empenhar tadinho,sei que ele quer ajudar.

Ganhei uma bolsa em uma universidade muito conceituada e se eu conseguir estudar e formar em menos tempo será melhor pois assim posso conseguir um emprego fixo,que pague mais e que eu possa trabalhar por menos tempo. Tive que largar meus empregos,ainda bem que deu uma graninha boa,agora vou me virar e entregar meus currículos.E além do mais resolvi pedir ajuda ao meu tio,na verdade ele era marido da minha tia Luna,meu avô havia proibido de pedir ajuda pra ele porque o culpa pela morte da minha tia,eu nunca cheguei a conhece-lo,mas mamãe diz que ele é um homem excepcional. Li em jornais que seus filhos trabalham em uma companhia de segurança,peguei o endereço no Google e resolvo passar lá mais tarde.

-Mãe,estou indo pra faculdade viu. - Grito pelo portão a fora.

-Tudo bem minha filha,vai com Deus.

Fico com um pé atras de deixar minha mãe sozinha em casa,meu avô está saindo bastante,acho que procura algo pra ajudar com as despesas de casa. Seu Adolf sendo o homem da casa,ele é bem rígido com isso,é um homem bem tradicional,do tempo das cavernas quase,mas que é o melhor avô do mundo.

Cheguei na faculdade mas perdida que cego em tiroteio e pra piorar toda vez que pedia uma informação as pessoas me viravam a cara,não sei porque,deve ser tudo filhinho de papai que não varre uma casa. Fui pedir informação a  um rapaz de boa fé que me respondeu na maior educação (pelo menos uma pessoa se salva nesse ninho de cobras),quando eu estava andando pelo corredor várias meninas me encurralaram,todas elas pareciam o incrível Hulk,fiquei um pouco desesperada mas não queria demonstrar,porque valentão fareja medo.

-Ora,ora. Se não é a mais nova puta do pedaço,tinha que ser ruiva mesmo. -disse a garota morena com cara de esquilo.

-Já podemos colocar ela no quadro das putianes ruivas que não prestam da escola,está crescendo o número de cadelas aqui. - Uma loira dos cabelos ondulados falou.

-Podem me colocar lá,agora me da licença que eu tenho que achar um gostoso pra pegar. - inventei uma mentira bem cabeluda.

Eu me sentia sufocada no meio de tanta garota grande,então eu empurrei a morena pro lado e assim que eu dei meio passo pra frente eu pude ver um braço largo segurando a mão da garota loira.

-Você é doida garota? - o rapaz bonito perguntou,ele parecia estar com bastante raiva

-Não se mete gato,o papo é entre eu e essa vadia aí,ok. -Respondeu a valentona morena.

Pra provoca-la  eu dei uma piscadinha pra ela,peguei na mão do meu salvador e saí,com o coração na boca ainda.

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Olha como o mundo é pequeno,acabei de descobrir que o carinha quem me defendeu é Enzo Collins,o filho da minha tia Luna,ou seja,ele é meu primo. Até que emfim uma noticia boa,nem precisei ir até a agência pra ir caçar informação. Eu não pude falar diretamente com o Enzo  sobre o assunto que eu iria tratar com o pai dele,que eu saiba ele nem sabe da existência de ninguém da família Clark,antes da minha tia se casar com Ethan meu avô havia jogado uma ameaça,ou ela terminava com a palhaçada do casamento ou ele iria esquecer que ela era sua filha. Vovô queria que tia Luna se casasse com Phillip,um senhor muito rico e amigo da família,mas ao invés disso ela casou com o filho de um entregador. Mamãe fala que vovô quebrou a cara,pois graças a esse entregador que trabalhava noite e dia pra dar uma boa educação pro filho,é que Ethan é dono de uma das maiores companhias tecnológicas do país.

Depois da faculdade resolvo ir entregar currículos,mas parece que nessa cidade todos acordam com pé esquerdo. Cheguei em casa com uma saudade louca da minha mãe e do meu avô.

-Mãe,cheguei. Como a senhora está?

-Estou bem filha,e como foi na aula hoje?

-Foi tudo bem,nada de interessante...- Resolvo não contar pra minha mãe sobre a minha procura pelo senhor Collins,conhecendo a dona Tânia sei que seria capaz de recusar apenas por puro orgulho. - O vovô ainda não chegou?

-Ele foi arrumar o celular filha. Acredita que ele acidentalmente deixou o celular cair dentro do lago do parque. Seu avô queria conhecer os parques e acabou indo para o outro lado da cidade e chegando lá quando foi olhar as horas deixou o celular cair dentro  da água e pelo visto queimou. Então ele disse que ia ver se tinha como salvar o aparelho.

-Esse meu vô é um desastre em pessoa. Vou subir pra descansar e mais tarde te ajuda a fazer comida viu.

-Tudo bem querida.

 Vou mandar uma mensagem para Enzo,espero que ele possa me ajudar.