Capítulo 1

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Meninas espero que gostem. Bjssss

Pov Carrick

Pelo presente, deixo como herança, à minha mui amada esposa Grace, cinquenta por cento de toda a minha riqueza. Para meus filhos, deixo o restante, que deve ser dividido em partes iguais, sob uma condição. Cada um deles deve se casar e permanecer casado com a mesma esposa, ou com o mesmo marido, por no mínimo um ano, antes de tomar posse da herança. Quem não cumprir essa condição pode considerar-se deserdado.

Leio a nova cláusula do testamento, que o advogado incluiu meu  pedido. O documento, registrado e datado, havia chegado pelo correio.

Levo  ao solário que tem  em frente ao lago da minha mansão, em Chicago, onde Grace, minha esposa à  mais de quarenta anos, estava separando meias.

Me  senti irritado, e não sei o motivo.

— Por que não deixa que Gail faça isso? — pergunto com raiva , referindo-me à governanta da casa.

Sento numa cadeira de vime, em frente à minha esposa. Ela esta acomodada num sofazinho também de vime, e  separava com gestos elegantes minhas meias, colocando-as sobre um acolchoado florido.

— Prefiro fazer isso eu mesma. É uma atividade que me deixa tranquila.

Havia divertimento no olhar que Grace me lançou. Seus cabelos grisalhos, cortados na altura dos ombros, estavam presos por um laço.

— Separar meias é tranquilizador? Interessante...

— Enquanto eu conseguir distinguir a cor preta da azul-marinho, saberei que meus olhos estão saudáveis. Coisas pequenas como esta são importantes para alguém que já passou dos sessenta e cinco anos e logo chegará aos setenta — ela respondeu, e continuou calmamente a tarefa. — Que novidades o trouxeram até aqui?

— O novo testamento acabou de chegar.

— E mesmo? Respondeu ela.

— Com a nova cláusula, exatamente como discutimos.

— Tudo legalmente arranjado? — ela indagou, como se estivesse pouco interessada.

— Isso mesmo. Nenhum dinheiro antes que eles se casem. A partir de agora é assim, quer as crianças queiram, quer não.

— Ou quer eu queira, quer não — murmurou Grace, enfiando um dedo num furo que encontrou numa das meias. 

Colocou a peça e a que lhe fazia par de lado.

— Já discutimos isso, querida.

Você discutiu. Eu só escutei.

— Você concordou.

— Eu assenti. É diferente.

— Fiz o que achei melhor para nossos filhos.

— Sei disso. E, quando você acha que alguma coisa é "melhor", ninguém mais tem direito a opinião alguma. A não ser, claro, que você mude de ideia quanto ao que é... ahn... "melhor". Admito que às vezes use de bom senso, meu caro, e então dou meu consentimento. Não quero que sofra outro ataque cardíaco. Só espero que viva o suficiente para perceber a tolice que está cometendo. Espero também que tire essa cláusula do testamento, e depressa. Se morrer amanhã, será esse o legado que deixará a seus filhos. Fiquei pensativo e respondi.

— O casamento traz maturidade e estabilidade aos jovens. Qualidades que nossos cabeçudos filhos precisam adquirir antes de pôr as mãos na herança. Tudo o que quero é obrigá-los a pensar seriamente sobre o casamento. Veja Cristian, por exemplo. Da última vez que falamos com ele, estava na índia, estudando as monções. Esse garoto precisa começar a pensar em ter uma vida estável e casar-se. Já tem vinte e nove anos. Fará trinta daqui a alguns meses.

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