O Rastro de Cthulhu

Capítulo 6 - O Necronomicon

Eu escutei passos vindo do fim do corredor, era o Jason trazendo o livro, eu notava a feição de medo dele, parecia estar perturbado com aquilo em suas mãos, e aos poucos ele veio se aproximando. Na medida que ele chegava mais perto, eu comecei a escutar algumas vozes
- Leia o livro, mate o homem e leia o livro.
Eu estava apavorado, mas parecia que ninguém se importava com isso, Jason colocou o livro a minha frente, ele era completamente diferente, a capa aparentava ser um rosto, a energia que ele trazia era totalmente diferente, e aquelas vozes só cresciam em minha cabeça, cada vez mais.

Eu aproximei minhas mãos do livro, eu estava tremendo, e quando estava próximo de encostar...
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!? - A Taylor gritou
- Eu... Eu vou ler o livro.
- Você está louco? Você vai acabar ficando louco e matando todos nós
- O que quer que eu faça com isso então?
- Tudo aqui é sobre quem você está procurando. Tudo aqui é sobre Cthulhu.
- Quem?
- Nosso Deus, ninguém nunca o viu, e se algum dia alguém ver, não sobreviverá para contar a história.

Já era tarde, todos estávamos cansados, então resolvemos ir dormir, a Taylor me apontou um cômodo, então eu entrei e me acomodei no colchão que estava no chão. Pela porta entrou a Denise, que se sentou no colchão que estava do outro lado do quarto.
- Não sabia que teria visita essa noite, mas tudo bem, eu não me importo quando a visita é você.
- O que eu tenho de tão especial para você ficar assim?
- Você é novo aqui, e eu já cansei me dê relacionar com o resto do grupo.
Nós conversamos durante um tempo, mas Denise deixava o clima diferente, e por fim, ficamos naquela noite.

Eu acordei sozinho no quarto, era quatro horas da manhã, estava ouvindo gritos e barulhos estranhos no corredor. Peguei meu revólver e fui andando lentamente até o lado de fora, o corredor estava vazio, mas algumas vozes que vinham do fim do corredor estavam me chamando, e eu fui andando até lá. O Necronomicon, foi isso que encontrei, só que dessa vez eu resolvi ver o que tinha dentro dele, e foi a pior coisa que fiz na minha vida.

Uma energia negativa tomou conta de todo o meu corpo, eu levantei o revólver em direção a minha cabeça, coloquei o dedo indicador no gatilho...
- Termine o serviço... - Aquela voz jovial surgiu novamente - É só pressionar o gatilho.
Eu não pensei duas vezes, e quando ia atirar, a Taylor apareceu e tirou a arma da minha mão.
- O que você está fazendo? Eu tinha que ser a primeira pessoa a ler esse livro.
- Ele estava me chamando, eu precisava... Eu precisava ler.
A Denise saiu do banheiro e veio até mim.
- Foi tão ruim assim para você tentar se matar?
- Não, eu só...
- Já chega - Taylor me interrompeu - Eu sabia que isso iria acabar assim.
Ela então pegou o livro, abriu um pedaço do piso que estava quebrado, e colocou o Necronomicon no buraco, tampando logo em seguida.
- Vamos voltar para o quarto - Denise disse.
- Denise, não deixe ele sair do quarto.
- Pode deixar - Denise sorriu logo em seguida.

Aquela noite passou, fui até o cômodo principal, então Robert veio em minha direção e me acertou um cruzado de direita.
- Você está louco? Entra no nosso lar e tenta ferrar com tudo?
Eu me levantei, e acertei um gancho de esquerda no queixo do Robert, e logo em sequência acertei um outro soco. A Taylor e o Jason veio em nossa direção, separando a briga que estava acontecendo.
- Vocês parecem duas crianças - Disse Jason.
Jason então me soltou, fui andando na direção da cozinha e encontrei o Josh, que estava comendo alguns lanches, atrás de mim veio a Denise que logo disse;
- Você está comendo nossa comida de novo, seu merda.
- Eu estou com fome, algum problema?
- Quando você mata sua fome e alimenta a nossa, é sim um problema.
Os dois ficaram discutindo por alguns minutos, então eu resolvi ir para o lado de fora da casa, e quando estava indo para a porta, tudo começou a escurecer de novo, eu levei a mão para a minha cintura para pegar o meu revólver, mas não encontrei ele, mas dessa vez, algo me puxou e me sentou em uma cadeira, e eu ouvi de novo aquela voz jovial:
- Está na hora de pagar pelos seus pecados.