Capítulo 13 - Inveja

23 2 0
                                    

Por que alguém criaria um grupo para caçar uma entidade que ninguém conhece, e aqueles que a viram não sobreviveram para contar sobre o que viu? Essa é a pergunta que está na minha cabeça desde que vi Taylor pela primeira vez, monitorando, cuidando, protegendo e fazendo de tudo para o bem de seu grupo.

Taylor, quando mais jovem, fazia parte de uma família tão corajosa quanto ela, seu pai era um detetive, e sua mãe ajudava indiretamente nas investigações de seu pai, já que mulheres não eram bem aceitas na polícia. Seus pais sempre solucionaram mistérios considerados impossíveis de serem resolvidos, mas um dia tudo mudou, um caso estranho surgiu, um corpo foi encontrado em um pequeno edifício que parecia estar abandonado, em volta do corpo havia um líquido preto, o morto não havia mais um rosto, apenas possuía um buraco negro no lugar do mesmo, e por último, havia três marcas de tiro: Uma no peito direito, uma no pescoço e a última na cabeça da vítima.
Seu pai investigou o local, voltou para casa, e no outro dia foi dado como desaparecido, alguns acreditavam que ele estava morto, já outros acreditavam que ele havia sido sequestrado.
Sua mãe passou a investigar o sumiço de seu pai, ela juntava pessoas, lugares, motivos, mas nada se encaixava, e por esse motivo, que a investigadora resolveu ir atrás de mais pistas, e depois daquele dia, nunca mais foi encontrada.

Taylor tinha 14 anos na época, e quando fez 17, resolveu montar um pequeno grupo para solucionar esse mistério. A garota sempre acreditou que esses sumiços estavam fora do nosso limite de conhecimento, e pelo visto ela sempre esteve certa. Já se passaram 8 anos desde então, a investigação já está perto de se tornar resolvida, mas para isso Taylor precisa sair viva disso, já que só ela seria capaz de nos guiar.

O cenário de Taylor é uma fazenda abandonada, ela está dentro de um celeiro e o homem caminha na direção dela.
- Garota, agora é sua vez.
- Eu sabia!! Eu sabia que você não era apenas uma lenda.
- Que ótimo, mas precisamos ir logo ao ponto. Você se lembra desse lugar?
- É claro que me lembro... Por que me trouxe aqui?
- Quero que confesse seu pecado. Quero que confesse sua inveja.
- Tudo bem...
- O que me diz sobre Charles?
- Charles era um integrante do meu grupo... Ele era mais responsável, mais inteligente e mais carismático que todos... Eu inventei que aqui poderia haver algo que procurávamos para... Para... Para acabar com isso. Eu sabia que Charles ocuparia meu lugar como líder, mas aquele era o meu caso, e eu não queria que isso acontecesse. Então eu... Eu o matei aqui, e disse ao resto do grupo que ele tinha se sacrificado para me salvar.
- Isso deve ter sido difícil para você. - O homem sorriu - E sinceramente, eu não irei lhe punir como os outros, você já perdeu tudo isso, e o sofrimento de viver sem sua família e sem seu grupo, é a punição que fiz para você.
Tudo passou a ficar escuro de novo, Taylor estava de volta a realidade, junto com o seu grupo, ou o que restou dele.
Eu vi o ódio em sua face. Eu vi a escuridão em seus olhos. E eu ouvi a frase que precisávamos ouvir naquele  momento:
- Eu não temo mais a morte. A morte deve me temer.
Todos sorrimos e nos sentimos seguros, da maneira como sempre foi.
- Nós vamos continuar. Nós vamos descobrir tudo. Nós vamos acabar com isso de uma vez por todas.

O Rastro de Cthulhu Onde histórias criam vida. Descubra agora