O Rastro de Cthulhu

Capítulo 9 - Luxúria

Antes de entrar no grupo, Denise ia para boates todas as noites, e seu único objetivo era se relacionar com as pessoas mais atraentes do lugar, e sempre era assim: Ela chegava no local, avistava as pessoas de seu interesse, e se relacionava com todas, uma por uma sem excessão.

Ali ela se enxergava, estava em uma boate onde só possuía um rapaz, era um rosto familiar para ela.
- Quer dançar?- O rapaz possuía a mesma voz jovial do Caos Rastejante.
- De onde nos conhecemos?
- Você assassinou a pessoa que eu estava encarando e escondeu o corpo dela no banheiro, apenas para eu imaginar que ela tinha ido embora para eu alterar meu olhar para ti, não se lembra?
Denise deu alguns passos para trás enquanto lhe ocorria um Déjà vu, onde ela enxergou o corpo que ela havia escondido no banheiro feminino.
- Eu estou lhe dando atenção agora, por que está se afastando?- O rapaz questionou.
- Eu vou embora.- Assim que terminou a frase, a garota se virou e foi caminhando em direção a saída, mas no meio do trajeto ela parou de sentir ambas pernas e acabou caindo contra o solo.
- Onde pensa que vai? Achou que não pagaria por sua luxúria? - O rosto do rapaz não era mais o mesmo, a face dele ficava se alternando para outras em questão de segundos.
- Eu assumo minha luxúria, apenas me deixe ir embora.
- Apenas te deixar ir embora? Você só entrou para esse grupo porque queria se esconder da polícia.
A visão de Denise foi escurecendo aos poucos, até que ela ficou completamente cega.
- Seus olhos faziam você ver as pessoas que sentia atração, então sem eles você ficará.
Denise ficou completamente apavorada, sua respiração se tornou ofegante, ela levou seus dois palmos em direção a seus olhos enquanto chorava e tremia ao extremo, ela não sabia onde estava e com quem estava, ela apenas sabia que seus olhos não estavam mais contigo.

Estava prestando atenção em Jason, quando Denise gritou atrás de mim:
- Eu não mereço meus olhos.
Por baixo de suas pálpebras haviam dois pequenos buracos negros, que escorriam um líquido preto por seu rosto.

Não demorou para ouvirmos outro grito de desespero, dessa vez, foi a Jenny. Passei a olhar para ela, e a garota estava com um buraco negro enorme em sua barriga, e disse logo em seguida:
- Foi tudo minha culpa.