IV - A PROPOSTA

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Assim que chegamos no terceiro andar da garagem, caminhamos até o carro de Nayumi, era uma BMW serie 1-2019 branca, me direcionei até o lado do passageiro quando a ouvi dizer:
- Só não repara a bagunça tá bom, é que eu ainda não tive tempo de deixar algumas coisas em casa. - expressou ela um pouco sem jeito.

Realmente aquele carro estava uma bagunça no banco de trás, cheio de livros e papeis, mas tinha um cheiro tão bom de rosas e era tão confortável, colocamos o sinto e assim que deu partida ela me fez a seguinte pergunta.

- Mas e você, tem algum namorado? - perguntou olhando fixamente para a frente.
- Não... Eu não tenho namorado. - Respondi a ela, surpresa com a pergunta.

Logo após minha resposta ela ligou o som do carro, estava tocando Lily Allen - Somewhere Only We Know, fiquei ainda mais encantada quando ela de uma maneira fofa começou a cantar a musica discretamente, fomos conversando ao longo do caminho sobre a minha familia, sobre a dela, em como se sentia mal por ter apenas 26 anos e ja ter toda essa responsabilidade nos ombros, ela sorria, falava sobre coisas serias, mas de uma forma tranquila e eu só a observada, tentando não encarar aquela boca deliciosa.
Quando chegamos ao hospital, fomos a nossos afazeres, Kazumi agradeceu por eu ter ficado a noite disponível para ajuda-la e mostrou-se surpresa quando notou que eu e Nayumi estávamos bem próximas, passamos o dia em salas separadas, entre uma cirurgia e outra, no final do dia fui até o mapa verificar se ela ainda estava ocupada, notei que sua ultima cirurgia havia acabado 18:40, imediatamente olhei para o relógio que ficava na parede a cima do posto de enfermagem, o mesmo marcava 19:12, comecei a pensar que ela já poderia ter ido embora, então caminhei até o vestiário para também ir para casa descansar, no caminho lembro de ficar pensativa por ela ter ido embora e não se despedido, entrei no vestiário e logo da porta já ouvi uma linda voz cantando baixinho em um dos boxes, era ela, meu coração acelerou, coloquei as mãos sobre o suporte de mármore preto que segurava as pias, assim ficando de costas para o box em que ela estava, fiquei encarando a mim mesma no enorme espelho que ficava a acima do mesmo suporte, ouvindo ela cantarolar com pouca preocupação se havia alguém escutando.
Não demorou muito para que o chuveiro fosse desligado e minutos depois a porta do box se abriu revelando Nayumi completamente nua, nossa, que corpo lindo, pensei, suas curvas eram tão perfeitas, seus seios fartos e simétricos, eram muito desejaveis, sua pele não tinha uma marca, a não ser por um sinal marrom claro que acredito ser de nascença um pouco abaixo da cintura do lado esquerdo, assim que ela me direcionou o olhar, a encarei fixamente permitindo transparecer todo o meu desejo, notando que ela se aproximava devagar, quando chegou bem perto, pude sentir o calor de seu corpo, seus seios tocavam minhas costas, sua respiração próxima ao meu pescoço, senti meu corpo se arrepiar por inteiro, seu cheiro era tão delicioso que me invadia fazendo com que a desejasse ainda mais, virei-me de frente para ela, meu coração estava tão acelerado, estávamos tão próximas, ela encarava a minha boca como se a quisesse do mesmo jeito que eu queria a sua, sem que trocássemos uma palavra eu acariciei seu ombro com a costa da minha mão esquerda descendo levemente até o seu cotovelo, senti seu arrepio evidente, ela por sua vez não expressou nem uma reação negativa ao meu carinho, aproximei meus lábios aos seus quando ouvimos a porta do vestiário se abrir.
No mesmo instante fomos para lados opostos, Nayumi caminhou até o seu armário para por suas roupas e eu voltei a frente do espelho, ela se vestiu e saiu ainda sem dizer uma palavra, tomei meu banho, me vesti e iria direto para casa, se não fosse pela surpresa de Kazumi está me aguardando na porta do hospital.

- Pensei que ia ter que buscar você, venha, Nayumi me disse que você ainda não comprou um carro e ela não me esperou, foi pra casa correndo, deve estar muito cansada presumo. - Disse ela dando a volta em seu carro. - Venha, aproveitamos e comemos alguma coisa.

Sem ter muita escolha, caminhei até o carro de Kazumi, que era uma Range Rover preta, no caminho até um restaurante da cidade fomos conversando sobre carreiras e objetivos, ela me contava como tinha criado seus filhos para vencerem na vida e assumirem o lugar de diretores do hospital, disse que Nayumi não demonstrava tanto interesse como seu irmão Hiro, que era mais velho, o que não era surpresa para mim. Finalmente chegamos ao tal restaurante, cheio de pessoas bem vestidas e mesas com uma extravagancia de talheres e pratos, uma musica calma e com o volume suficiente para que se pudesse ouvir e conversar com as pessoas, nós sentamos perto de uma parede de vidro fume, onde dava para ver os carros nas ruas.

- Você me parece ser uma boa pessoa Helena. - Disse ela enquanto olhava o cardápio.
- Eu faço o que eu posso dra, Kazumi. - respondi, em tom baixo, não conseguia parar de pensar em Nayumi e seu comportamento no vestiário.
Fizemos o pedido e logo ela voltou a se pronunciar.
- Por favor me chame só de Kazumi, não é necessário toda essa formalidade, só preciso que me faça mais um favor, notei que minha filha gostou muito de você, ela não fala em outra coisa, porém eu tenho uma leve desconfiança. - Disse ela me encarando fixamente.

Nesse momento eu quase desmaiei de tão nervosa, será que estava tão na cara assim o que eu sentia pela sua filha?

- Como assim desconfiança? - Perguntei-lhe com o coração quase saindo pela boca.
- Eu amo a minha filha, mas ultimamente ela não tem sido a mesma comigo e nem com os outros em nossa família, desde esse ultimo ano de faculdade, ela se fechou quase que totalmente, não conversa mais e nem se pronuncia tanto em casa e muito menos no trabalho, por isso preciso que se aproxime dela, seja sua amiga, vigie ela pra mim, quero que me conte o que acontece com ela, quais lugares está frequentando, sei que no momento tem mais probabilidade de ela se abrir com você do que comigo, não me entenda mal, eu só sou uma mãe preocupada, preciso saber o que está acontecendo com ela e em troca disso eu lhe do uma vaga permanente no Guadalupe, você vai ganhar mais, adquirir mais experiência e eu vou me preocupar menos com Nayumi, o que você acha? - disse ela, esperando uma resposta positiva de minha parte.
- Com todo respeito Kazumi, eu não acho que seja uma boa ideia invadir a privacidade da sua filha. - Respondi com um tom de indignação para com a proposta.
- Você não precisa me responder agora, pense um pouco, tem até o fim de semana, só estou pedindo a você por que confio mais em você do que em contratar um detetive. - Argumentou ela, enquanto o garçom nós servia o jantar. - Coma, não pense nisso agora, vamos voltar a falar de você, depois lhe deixo em casa.
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Deixem uma estrelinha se gostaram do capítulo, beijos ;).

A conquista proibida (Romance Lésbico).Onde histórias criam vida. Descubra agora