Naquela tarde depois de acordar de um sono maravilhoso, fiz questão de contar os ocorridos para minha avó, ela gostou muito de saber que eu tinha conseguido um emprego além da residência, mas não contei a ela sobre Nayumi.
Estava usando o resto da tarde para estudar quando ouvi o telefone tocar, era minha japonesa, me convidando para sair, fomos a um restaurante discreto, um pouco afastado da cidade, precisávamos de um tempo a sós para que pudéssemos ficar mais a vontade, achei uma excelente ideia, foi um jantar muito agradável, conversamos sobre muita coisa, no final descobri que Nayumi não era aquela Santa que eu pensava, parece que me estimulava propositalmente para testar meu alto controle, ela parecia gostar disso, desde olhares maliciosos a sussurros em meus ouvidos dizendo que sentia falta do meu toque, que esperava uma oportunidade de ter mais.
Algumas semanas se passaram e eu sempre tendo paciência com ela, me agarrava pelos corredores dos hospitais, começamos a sair para tomar café juntas, sempre tentando manter a descrição, por mais que fosse difícil esconder o cabelo bagunçado depois do descanso nas madrugadas no Guadalupe, aquelas sessões de beijos e amassos realmente me tiravam do sério, logo recebi meu primeiro salário, eu estava ciente de que médico ganha bem, mas eu não esperava que fosse tanto, mais um mês se passou, comecei a reformar a casa da minha avó, agora sim eu teria meu próprio quarto no segundo andar da casa.
Kazumi como sempre era muito atenta a tudo, repassava a ela tudo que me perguntava, não precisando ser a verdade, mas sim o que ela queria ouvir, Nayumi melhorou em casa, voltou a se conectar com a família, ninguém poderia desconfiar de nada, uma tarde estava em casa e recebi uma ligação dela.- Helena? - disse Nayumi do outro lado da linha.
- Oi meu bem, o que foi? - perguntei.
- Você pode dormir aqui em casa? Minha família precisa ir a São Paulo para resolver umas coisas e fechar uns contratos importantes para o Guadalupe, tenho que leva-los ao aeroporto às 08:00 e precisamos de alguém para me ajudar a manter tudo funcionando enquanto eles estão fora, minha mãe sugeriu você. - respondeu ela.
- Sim, eu posso ir, só vou tomar um banho e arrumar umas coisas. - disse já pulando da cadeira.
- Assim que você chegar no condomínio me ligue para eu poder ir buscar você lá na frente. - explicou ela.Desliguei o telefone e corri para o banheiro, acho que aquele foi um dos banhos mais longos da minha vida, afinal nunca se sabe, arrumei umas poucas roupas na mochila, escova de dentes, perfume, o básico que iria precisar, então fui até o quarto de minha avó para lhe avisar que ia dormir fora, abri a porta e lá estava ela, deitada na cama assistindo televisão.
- Vó, eu vou sair tá bom? - perguntei a ela.
- Vai dormir na casa da sua namorada? - retrucou.Nesse momento fiquei muito envergonhada, ainda não tinha conversado sobre Nayumi com a minha avó, não achei que precisasse, afinal ela já frequentava nossa casa, porém nunca deixamos transparece mais que amizade na frente das pessoas, a verdade é que eu não sabia o que éramos, ainda não tinha tido nem um pedido de namoro oficial, nem tinhamos ido mais além com relação a intimidade, ainda com meio sem jeito respondi:
- Ela não é minha namorada vó, a mãe dela me pediu pra ajudá-la a cuidar de assuntos do hospital enquanto a família vai a São Paulo conseguir com título para ele. - respondi tentando mudar o assunto.
- Helena você não me engana, senti o cheiro do seu perfume quando você ainda estava na porta do seu quarto e eu sei que você não tem plantão hoje, se está feliz com essa mulher eu não me oponho a isso, ela é uma boa pessoa e sempre que está com ela te vejo sorrir. - disse minha avó me olhando diretamente.
- Sim vó, eu realmente gosto dela de verdade. - comentei.
- então o que está esperando para tomar uma atitude? - perguntou ela com uma expressão confusa.
- É complicado vó, mas depois conversamos sobre isso, deixa eu ir se não vou chegar tarde. - respondi e logo corri em direção a frente de casa.Passando pelo corredor, para me deixar ainda mais envergonhada ouvi Fábio comentar da cozinha:
- É hoje em. - disse ele e depois começou a rir alto.
Eu queria me enterrar, mas fingi que nem escutei e continuei andando, chamei um carro por um aplicativo de transporte e fui até o endereço, que Nayumi me enviou por mensagem.
Era um condomínio tão grande, com casas tão bonitas, chegando na entrada pediram minha identidade, tinha vários seguranças armados que não paravam de me olhar, me senti até mal com aquela situação, a moça na recepção me deu um cartão de visitante e me orientou a ir até uma sala de espera, ela ligou para a casa de Nayumi e pediu que ela fosse me buscar pois como era a primeira vez que eu ia lá eu não podia entrar desacompanhada de algum morador, fiquei aguardando e dentro de poucos minutos Nayumi apareceu para me buscar.
Ela entrou na sala me olhou e disse:- Vamos princesa, vim te resgatar desses ogros. - ela sorriu.
- Nossa, eles são sempre desagradáveis dessa maneira? - perguntei me referindo aos seguranças.
- Sim, é o trabalho deles Helena, não tem que ser muito simpáticos, não sabemos se algum maluco vai tentar entrar aqui. - respondeu ela caminhando até a recepção.
- Onde vamos? - perguntei.
- Márcia, preciso que essa mulher tenha passe livre pra entrar aqui quando quiser, pode fazer isso? - ela perguntou a moça que me atendeu mais cedo.
- Sim dona Nayumi, senhora você poderia me dar o cartão que lhe entreguei a pouco? - perguntou a recepcionista.Eu imediatamente tirei o cartão da mochila, então ela substituiu o cartão que era branco por um azul, Nayumi agradeceu a ela então caminhamos por um corredor amplo que mas fazia o lugar parecer um hotel, no fim do corredor eu pude ver várias ruas com várias casas, como se fosse um mini bairro, nunca tinha estado em um lugar assim antes, não sabia nem para onde ir, então Nayumi pegou minha mão e me levou até seu carro.
- Não se preocupe, das vezes que vier aqui só precisa passar esse cartão na portaria e eles vão deixar você entrar sem muita cerimônia, minha casa fica na Rua V, então vamos ter que ir de carro. - disse ela.
Entramos no carro e ela me tomou aos beijos, me deixando sem fôlego, logo interrompi e perguntei:
- Sabe que não vai poder fazer mais isso assim que der a partida no carro né?
- Sei, por isso estou aproveitando, vai ser bem difícil não te olhar. - respondeu ela e ligou o carro.Nossa cada rua que nós passávamos parecia que as casas iam ficando cada vez maiores e mais lindas, realmente comecei a entender porque tinha tantos seguranças na entrada, logo chegamos a casa da família Kimura, aquilo não era uma casa, era uma mansão, pra que uma casa tão grande, não havia grades, tinha uma jardim lindo, uma garagem com 4 carros ainda tendo espaço para mais e entre eles havia uma Lamborghini, uma Lamborghini cara, nunca tinha visto uma dessas na cidade em que morávamos.
De repente senti alguma coisa cheirando o minhas pernas, assim que me virei quase morri de susto.- Calma Helena, esse é o Kakashi, não pode pular nas visitas Kakashi, já conversamos sobre isso. - disse ela olhando para o cachorro.
Era um cão todo brando, da raça Akita, porte médio, mas o suficiente pra eu começar a agarrar e apertar loucamente, eu realmente amo cachorros, não consegui resistir aquela fofura e ele começou a brincar comigo, agarrei ele ainda mais.
- Vou ter que conversar sobre pular em cima dos cachorros com você também Helena? - perguntou ela, um pouco surpresa com o meu comportamento.
- Claro que não sua boba, mas quem resiste a uma lindeza dessas? - perguntei fazendo carinho no cachorro, quando ouvimos uma voz vindo de dentro da casa.
- Hiro parece que você está atrasado mesmo, o Kakashi conquistou ela primeiro que você. - disse Kazumi andando em nossa direção.Hiro e Kazumi então vieram em nossa direção, eu não sabia se ficava mais encantada com o cachorro, o carro, a casa, Nayumi, aquele era outro mundo pra mim, mas eu estava adorando tudo aquilo.
- Gostou do carro Helena? Se quiser mais tarde podemos ir tomar um sorvete e eu te mostro o que ele faz. - perguntou Hiro com uma cara cínica.
- Acho melhor não Hiro, você precisa descansar, tem muito o que fazer amanhã e ainda precisamos repassar muita coisa para Helena, terão bastante tempo para se entenderem quando voltarmos. - respondeu Kazumi e começou a caminhar para dentro da casa.Aquela noite ia ser longa, pensei.
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A conquista proibida (Romance Lésbico).
RomanceHelena é uma mulher simples porém com grandes sonhos, quando conhece uma moça que mudará sua vida completamente. OBS: Obra registrada de minha autoria, plágio é crime.