XII - ABSTINÊNCIA

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Passamos o resto da tarde revisando planilhas, diversos documentos que eu precisaria estar a par para poder ajudar, era a primeira vez que ela se responsabilizaria pelo hospital, claro que tinha toda uma estrutura e pessoas competentes nas gerências de cada setor, mas Kazumi deixou a tomada de decisões exclusivamente para Nayumi em sua ausência, ao meu ver era um tipo de teste, ela já havia conversado comigo e pedido para eu avisar se tivesse qualquer problema, mas Nayumi não poderia saber que estava contatando sua mãe e lhe passando informações diariamente, pelo menos era o que a mãe dela pensava.
Tivemos uma tarde um tanto conturbada, mais a noite um carro se aproximou e entrou na garagem, logo Nayumi me chamou e disse:

- Venha conhecer minha prima Helena. - sorriu e andou até a entrada.

Eu não queria conhecer essa tal prima, Nayumi sempre me dizia que ia com ela ao shopping e que iam a praça, mas nunca dei muita importância para não correr o risco de fantasiar coisa e enlouquecer de ciúmes.

- Boa noite tia, paaai. - Disse Nayumi e correu para abraçar o seu pai.
- Boa noite minha filha. - respondeu ele e retribuiu o abraço.

Esperei até que a última pessoa saísse do carro e para minha surpresa ela tinha pouco menos de um metro de altura, ela correu em direção a Nayumi e pulou nos seus braços.

- Oi primaaaaaaa!! - gritou a criança eufórica.
- Oi meu amor, como foi a escola? - perguntou Nayumi enquanto a carregava no colo.
- Foi muito boa, ainda estou tentando aprender a ler direito em Português, mas é muito mais difícil que falar.
- É realmente, mas você vai conseguir, eu vou ajudar você. - Nayumi a colocou no chão e caminhou em minha direção enquanto todos entravam na casa.
- Você precisava ver a sua cara. - sussurrou ela e depois riu.
- Se seu rosto não fosse tão lindo eu te bateria agora, por que não me disse que ela era só uma criança? - perguntei furiosa.
- Porque você fica sexy quando está com ciúmes, mas acabei de descobrir que fica mais ainda quando está brava. - respondeu ela e voltou a casa.

Que bandida, eu caí direitinho.
Tivemos um excelente jantar, muitos risos, histórias de infância constrangedoras de Nayumi e Hiro.
Após isso logo fomos dormir, liguei para minha avó para poder avisar que estava bem e que já iria para a cama, assim ela não se preocuparia.

- Helena você poderia dormir no quarto de hóspedes, mas minha irmã está lá com a minha sobrinha, sei que é indelicadeza da nossa parte não ter um aposento para você, mas poderia dormir no quarto da Nayumi hoje? Já conversei com ela e ela concordou. - perguntou Kazumi.

Eu não poderia estar mais feliz com essa notícia.

- Sim, claro, sem problema. - respondi a ela, tentando esconder minha empolgação.

Kazumi caminhou em direção ao final do corredor, então Nayumi logo veio em minha direção, ela estava com um olhar malicioso, mordia levemente seus lábios inferiores, me pegou pelo braço e disse:

- Vamos, antes que eu agarre você aqui mesmo.

Entramos em seu quarto e ela imediatamente trancou a porta, me perguntei se finalmente tinha chegado a hora ou era só mais uma brincadeira para me enlouquecer como sempre, ela me deu uma toalha, pediu para que aguardasse enquanto ela tomava banho e assim que terminasse seria minha vez, eu como sempre atendi ao seu pedido, não me lembro de me sentir tão nervosa assim perto de uma mulher, acho que isso nunca aconteceu, tudo sempre foi tão tranquilo, ou vai ver era diferente porque eu realmente gostava dela, quando ela saiu do banho enrolada em uma toalha, meu coração disparou, tudo bem que já tinha visto seu corpo daquela maneira, mas dessa vez era diferente, eu senti um frio na barriga, ela me olhou, sorriu e disse:

- Helena eu realmente, adoro ver você babando por mim, mas precisamos acordar muito cedo amanhã.
- Ah... Claro, já estou indo. - caminhei em direção ao banheiro.

Não sabia como proceder ali, minha vontade era de pular em cima dela, mas eu já tinha esperado tanto, não queria estragar tudo, esperaria ela me dar abertura para irmos mais além.
Tomei meu banho e não parava de pensar que ela poderia estar nua do outro lado da porta me esperando, assim que sai do banheiro olhei para cama e lá estava ela, coberta com o edredom, vesti meu pijama e deitei ao seu lado, não estava nua como eu pensei, mas com um short bem curto de um tecido fino e uma blusa com botões do mesmo material, a abracei por trás e senti o cheiro delicioso que emanava dos seus cabelos, ela se virou, não disse nada, me olhou nos olhos e começou a me beijar.
No início seus beijos eram tímidos, eu não podia perder o controle pois era muito arriscado fazer isso aqui com a mãe dela podendo bater na porta a qualquer momento ou alguém ouvir alguma coisa, mas a medida que seus beijos iam seguindo, a intensidade ia aumentando, sua língua invadia minha boca com ansiedade, com tanta ferocidade, segurei sua cintura e a trouxe para mais perto de mim, seu corpo ficava inquieto com meu toque, comecei a beijar levemente seu pescoço, senti quando seu corpo todo arrepiou, isso me deixou ainda mais excitada, meus toques começaram a ser menos delicados, com mais desejo, me inclinei para cima e logo ela estava em baixo de mim, eu estava entre suas pernas sentindo o quanto ela me desejava naquele momento, ela não conseguia segurar os leves gemidos enquanto eu beijava seu pescoço e minhas mãos passeavam em suas pernas, eu já estava fora de mim, então abri alguns botões de sua blusa e comecei a beijar seu colo, ela suspirava e acariciava meu cabelo me incentivando a continuar, então um celular toca.
No início ignoramos completamente, mas com insistência ele continuou, então Nayumi atendeu.

- Oi, o que você quer? - perguntou ela, com um tom de fúria.

Então a medida que a pessoa do outro lado da linha foi falando, ela foi mudando a feição.

- Sim... Sim claro, entendo, não dá pra marcar para amanhã? Ok, já estou indo então. - Nayumi desligou o celular e eu já até sabia o que era.
- Helena eu sinto muito, estou de sobre aviso hoje e parece que vão precisar de mim para uma curetagem. - disse ela já levantando da cama e trocando de roupa.
- Eu entendo, mas podia ter me avisado não é? - perguntei a ela, suspirando, tentando me aclamar.
- Você não sabe o quanto eu quero isso Helena, mas infelizmente sabe com são nossas obrigações. - disse ela já quase pronta.

Pegou as chaves do carro, me deu um beijo e saiu correndo, aquela altura o que eu poderia fazer? Estava com muita vontade de resolver aquilo sozinha, mas não me senti confortável de fazer qualquer coisa no quarto da Nayumi, então fui tomar um banho gelado e voltei para cama.
Já eram 03:00 da manhã quando senti alguém deitar na cama e me abraçar.

- Deu tudo certo? - perguntei.
- Sim, uma curetagem nunca é fácil para quem quer ser mãe, mas infelizmente não estamos livres disso, desculpa eu não queria acordar você. - respondeu ela e me abraçou mais forte.
- Tudo bem, descanse que daqui a pouco temos que levantar. - disse a ela e beijei suas mãos que estavam me entrelaçando.

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A conquista proibida (Romance Lésbico).Onde histórias criam vida. Descubra agora