VI - O BUQUÊ

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Faltam 3 dias, pensei enquanto estava na cama deitada olhando para o teto, quando o despertador tocou marcando 05:30, eu tentei conter minha ansiedade assim que cheguei ao hospital, avistei Nayumi conversando com outra residente, ela me parecia tão concentrada e séria, isso a deixava ainda mais sexy, fiquei a admirando até ela se despedir e caminhar em minha direção.

- Oi. - A cumprimentei com um sorriso.
- Helena se você continuar olhando para minha bunda desse jeito, nosso segredo não vai durar muito tempo. - Disse ela analisando um prontuário que estava em suas mãos.
- Bom dia para você também dra. Kimura. - Respondi com um sorriso sem jeito por saber que ela tinha percebido meus olhares.
- Você não deveria estar se preparando para acompanhar minha mãe? Ela ficará furiosa se você se atrasar novamente. - Me questionou.
- Primeiro, não posso evitar de olhar sua bunda, ela é linda, segundo, sua mãe nem chegou ainda e terceiro, vai sair pra jantar comigo hoje. - Exclamei, tentando me justificar
- Hoje eu não posso, tenho um jantar chato de família, minha tia e a filha dela estão vindo do Japão passar uns dias aqui, parece que aconteceu alguma coisa e minha mãe está enlouquecida com isso, preciso mostrar a cidade a minha prima, manter ela ocupada enquanto minha mãe resolve as coisas, me desculpe, mas eu prometo compensar você. - Disse ela com um tom de preocupação.
- Eu entendo, de atenção a sua prima então, só não demais tá bom? - Dialoguei com um leve sarcasmo.
- Não precisa ficar com ciúmes, precisa confiar em mim, só seja mais discreta, no trabalho precisamos ter o dobro de cuidado. - Respondeu ela e logo se distanciou a caminho dos consultórios.

Passei o resto do dia em cirurgias pequenas, concentrada para não falhar em momento algum, Kazumi me olhava como se esperasse a minha pronuncia quanto ao seu pedido, na hora do almoço, estávamos no refeitório e eu em uma mesa com Kazumi discutia sobre possíveis complicações da próxima cirurgia, quando um rapaz chegou com um buquê de rosas, logo pensei que a pessoa que encomendou teria acabado com as rosas da floricultura, pois o rapaz mal conseguia carrega-las, ele se dirigiu até a mesa em que eu estava e todos os olhares o acompanharam.

- Você que é Dra. Helena?- Perguntou ele depois de ler um papel.
- Si... Sim, sou eu. - Respondi totalmente surpresa.
- São para você, só não deixaram nome, eu preciso que você assine para eu poder ir embora. - Disse ele e logo colocou aquele imenso buquê em meus braços.
- Nossa que pretendente é esse Helena? Esse rapaz seve está muito apaixonado mesmo e não é nem um pouco discreto, por que não me disse que tinha alguém? - Perguntou Kazumi, um pouco surpresa com a situação.
- Não é importante, ele nem é daqui. - Respondi na esperança de fazê-la esquecer aquele assunto.

Assinei a entrega para o garoto poder voltar ao trabalho, o refeitório era uma sala grande cuja cabiam mais de 40 mesas, olhei para a mesa do canto perto da janela, Nayumi conversava com a residente de hoje mais cedo e por alguns segundos ela me olhou e sorriu, eu tinha uma ideia de quem havia mandado aquelas rosas para mim, mas me pedir discrição e logo depois fazer isso, eu realmente não te entendo Dra. Kimura.
Kazumi passou o resto do dia me interrogando sobre o tal namorado, tentei de todas as formas despista-la, afirmando que não havia o mesmo, mal vi Nayumi o dia todo, queria tanto poder beija-la.
Mais tarde no vestiário enquanto tomava banho, a água quente batia em meus ombros, eu e estava pensando que só a veria novamente no domingo, não consegui me despedi, pois ela e sua mãe haviam saído mais cedo para ir ao aeroporto, então fui para casa descansar, cheguando com aquele enorme buquê, minha avó logo o pegou de meus braços e disse que iria tentar plantar algumas daquelas rosas, me encheu de perguntas sobre quem havia me dado aquilo, mas eu sei que ela já sabia a resposta.
Eram 21:14, já estava de pijamas quando o celular vibrou, era uma mensagem de Nayumi.

Nayumi: Chegou bem em casa?
Helena: Sim e por ai está tudo bem?
Nayumi: Parece que minha tia vai se separar do marido, então provavelmente ira ficar mais tempo.
Helena: Então isso quer dizer que você vai passar mais tempo com essa prima.
Nayumi: Não seja boba, gostou das flores?
Helena: Claro que gostei, eu só não entendi por que na frente de todos, foi você mesma quem disse para sermos discretas.
Nayumi: Disse para ser discreta perto de mim, mas isso não significa que não posso mostrar aos outros que você não está disponível.
Helena: Não me lembro de concordar ser exclusiva de ninguém.
Nayumi: Hm... outra hora nós conversamos sobre isso, preciso dormir um pouco.
Helena: Tudo bem, boa noite!
Nayumi: Boa noite, dorme com Deus.

A conquista proibida (Romance Lésbico).Onde histórias criam vida. Descubra agora