A conquista proibida (Romance Lésbico).

XVIII - DÚVIDAS DA REALEZA

Nayumi onde dormiu noite passada?

P.O.V. Helena.

Imediatamente eu paralisei, como ela poderia saber que Nayumi não estava em casa?

- Como assim mãe? - perguntou Nayumi acredito que na tentativa de obter mais informações.
- Sim, eu liguei para casa ontem as 22:00 e Yumi me disse que você não estava, liguei para o seu celular e aparentemente estava fora de área, tentei no hospital de me disseram que você não estava já havia um tempo. - respondeu ela calmamente ainda a encarando.
- Ah mãe eu só... - Nayumi tentou argumentar e eu entendi que precisava tomar a rédia daquela situação.
- Foi minha culpa Kazumi, eu tive uma semana muito cansativa, estou com uns problemas familiares, um tio meu está doente, eu estava muito estressada, então pedi a Nayumi que me fizesse companhia ao cinema depois do trabalho, a sessão era bem tarde e tivemos que por os celulares no modo avião para não incomodar as outras pessoas. - tentei argumentar quando fui interrompida.
- Sim senhora, ela dormiu em casa sim, dona Yumi já tinha se recolhido quando ela chegou, eu mesma que abri a porta. - comentou Márcia no momento exato a tempo de salvar nossa pele.
- Ah é, eu saí bem cedo para correr um pouco, por isso estou tão cansada.  - Nayumi finalizou toda a mentira.
- Por isso não a vi hoje no café sobrinha, Márcia deveria ter me avisado sobre isso. - disse Yumi.

Kazumi então limpou os lábios após finalmente acabar de comer e se pronunciou.

- Espero que o filme tenha sido bom.
- Foi ótimo na verdade, era o que eu precisava. - comentei enquanto nos levantavamos da mesa de jantar.
- Bom, a conversa está ótima, mas eu preciso ir, já está ficando tarde e eu tenho que estudar muito amanhã, eu sei que a senhora não vai me dar descanso essa semana. - falei em um tom de brincadeira me dirigindo a Kazumi.
- Pode dormir aqui Helena assim te damos uma carona pela manhã. - sugeriu ela.
- Eu realmente agradeço, mas preciso mesmo ir para casa. - respondi.
- Você quem sabe, Nayumi chame um carro para Helena, você bebeu vinho, não pode dirigir e hoje eu quero ficar um pouco com a minha filha. - comentou e subiu as escadas.

Não tinha certeza se Kazumi havia acreditado em todas aquelas mentiras, mas de qualquer maneira eu precisava ser mais cuidadosa aquela semana e tentar a todo custo não deixá-la irritada, Nayumi então ligou para que um táxi de confiança deles pudesse entrar para me buscar, ficamos sozinhas no sofá da sala aguardando ele chegar.

- Meu coração quase saltou pela boca quando mamãe me perguntou aquilo. - Nayumi comentou baixo.
- Não foi só o seu, você contou a Márcia que estávamos juntas? - perguntei.
- Claro que não, ninguém sabe sobre nós ou pelo menos eu não contei nada a ninguém, agora eu não posso resolver isso, mas amanhã eu pergunto a ela porque mentiu para me ajudar. - respondeu ela se aproximando lentamente de mim.
- Nayumi não podemos nem sonhar em fazer algo aqui, se alguém aparecer estaremos expostas, você me entendeu? - perguntei enquanto me afastava.
- Helena é normal essa adrenalina que estou sentindo, hoje pela manhã estávamos juntas, mas parece que não é o suficiente, você não sente o mesmo? - questionou ela.
- É claro que eu sinto, o que eu mais quero é poder dormir abraçada com você hoje, poder te fazer carinho, mas por enquanto não dá. - respondi sendo enfática.

Não demorou muito e o táxi chegou, fui para casa e finalmente pude dormir direito, eu realmente estava exausta, toda essa tenção, eu sabia que seria difícil ter que voltar para "o armário", mas pelo menos com a minha família podiamos ser nós mesmas, eu precisava trazer Nayumi para esse mundo, precisava mostrar a ela que amar outra pessoa do mesmo sexo não é errado, não é pecado, não é um crime, eu sabia que poderia fazer isso, só não tinha certeza quanto a família dela.
O domingo acordava, um lindo dia ensolarado e muito quente, sugestivo para uma praia que eu passei todo dentro do meu quarto, eu tinha plantão no Guadalupe pela noite, mas ainda sim consegui ter tempo pra me organizar, pensando no por que de Márcia ter nos acobertado sem razão alguma aparente, desci um pouco mais cedo que de costume naquela noite, queria passar um tempo com minha família antes de ir trabalhar, logo meus irmãos estavam na sala rindo e jogando vídeo game, minha avó preparava o jantar, nossa ela fazia uma carne assada como ninguém, me dirigi até aqueles pirralhos e disse.