Capítulo 15

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Lindas manhãs de sábado em plena primavera não haviam sido feitas para se passar em lugares fechados ou ruas cheias de gente. Para Scott, elas deviam ser curtidas sobre a água. A idéia de fazer compras, fazer compras de verdade, em um shopping era quase aterrorizante para ele.

-Não vejo por que a gente precisa fazer isso.

Por ter entrado primeiro no carro, Stiles ia no banco da frente. Virou ligeiramente a cabeça para lançar um olhar para Scott e argumentar:

-A gente precisa fazer isso porque estamos todos juntos nessa. O celeiro do velho Argent está para alugar, não está? Pois bem… nós vamos precisar de um lugar grande, já que vamos construir barcos. Temos que conseguir um acordo com ele.

-Isso é loucura - foi tudo o que Louis teve a acrescentar enquanto entrava na rua do Mercado, no centro de St. Chris.

-Não dá pra gente montar um negócio sem ter um lugar para ele funcionar - devolveu Stiles. Ele achava o fato simples e lógico, sem contra-argumentos. -Sendo assim, a gente dá uma olhada no lugar, faz um acordo com Argent e começa a trabalhar.

-Licenças, impostos, controle de materiais, pelo amor de Deus! - começou Louis. -Além de ferramentas, propagandas, linhas de telefone, livro-caixa e contadores.

-Você pode cuidar disso. - Stiles encolheu os ombros com ar descontraído. -Assim que a gente assinar o contrato de aluguel, vai comprar uns sapatos para o garoto, e depois disso você faz o que quiser.

-Eu posso cuidar disso? - reclamou Louis, ao mesmo tempo em que Liam resmungava que não precisava de porcaria nenhuma de sapatos novos.

-Scott já conseguiu a nossa primeira encomenda, eu descobri a respeito do lugar, e você, Louis, cuida da papelada. Quanto a você, Liam, vai ganhar a porcaria dos sapatos sim. - avisou ao menino.

-Não sei por que você consegue mandar em todo mundo por aqui.

-Eu também não. - Stiles conseguiu apenas dar um sorriso curto e sombrio.

O prédio que pertencia a Gerard não era exatamente um celeiro, mas era tão grande quanto um.

Visto por fora, era uma construção simples. Toda feita de tijolinhos aparentes que se mostravam desgastados pelo sol e pelo clima, com buracos no cimento das paredes onde dava para enfiar o polegar. O telhado, caindo aos pedaços, precisava desesperadamente de novas telhas. Das janelas que havia, algumas eram pequenas demais, a maioria estava quebrada e todas pareciam imundas.

-Ora, puxa, isso me parece promissor! - já desgostoso, Louis estacionou no terreno sujo que ficava ao lado do prédio.

-Vamos precisar de espaço - lembrou Stiles. -O prédio não precisa ser bonito.

-Ainda bem, porque ele está longe de ser bonito.

Um pouco mais interessado agora, Scott saltou do carro. Indo até a janela mais próxima, usou o lenço colorido que pegou no bolso de trás da calça para limpar a maior parte da imundície do vidro, a fim de poder espiar.

-O espaço é muito bom. Tem portas largas para cargas grandes, nos fundos, e uma doca. Precisa de alguns reparos.

-Alguns? - Louis olhou pela janela, por cima do ombro de Scott. -O piso está podre. Deve estar bichado! O lugar provavelmente está cheio de cupins e ratos.

-Talvez seja uma boa idéia mencionar esse fato para Gerard - sugeriu Scott -Para manter o aluguel bem baixo. - ouvindo o barulho de vidro se quebrando, viu que Stiles dera uma cotovelada forte em uma janela já rachada. -Acho que a gente vai entrar.

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