Capítulo 32

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Uma semana podia ser interminável, conforme Stiles descobriu. Principalmente quando a gente tinha um monte de coisas entaladas que não conseguia botar pra fora.

Ajudou um pouco o fato de ele ter conseguido arrumar algumas brigas, tanto com Louis quanto com Scott. Mas não era o mesmo que ter um confronto com Lydia.

Ajudou também o fato de o início dos trabalhos para a montagem do casco do barco tomar tanto do seu tempo e da sua concentração. Ele não podia se dar ao luxo de pensar nela quando estava encaixando tábuas.

Mesmo assim, pensava nela.

Passou por alguns maus bocados imaginando-a andando por aí em alguma praia do Caribe, com aquele biquíni minúsculo, e encontrando um sujeito qualquer muito musculoso e todo bronzeado que passava o tempo todo esfregando protetor solar em suas costas e trazendo-lhe drinques exóticos.

Essa imagem não o fez se sentir nem um pouco melhor.

Ao chegar em casa depois de um sábado inteiro no galpão que ele gostava de imaginar como seu pequeno estaleiro, sentiu-se pronto para uma cerveja. Talvez duas, foda-se, estava bebendo demais. Ele e Scott foram direto para o freezer, e já haviam aberto as garrafas quando Louis chegou.

-Liam não está com vocês? - perguntou ele.

-Não, foi passar a tarde na casa do Dylan. - Stiles bebeu direto da garrafa, tentando lavar o pó de serragem que colara em sua garganta. -A mãe do Dylan vai trazer ele depois.

-Ótimo. - Louis serviu-se de uma cerveja. -Sentem-se.

-O que houve?

-Recebi uma carta da companhia de seguros hoje de manhã. - e puxou uma cadeira. -Para encurtar a história, eles resolveram adiar o pagamento da apólice. Vieram com um monte de termos legais, citaram cláusulas, mas no fundo a mensagem era de que continuam em dúvida a respeito da causa da morte e vão continuar com as investigações.

-Ah, fodam-se eles! Essa cambada de fominhas… eles não estão é querendo desembolsar o dinheiro. - chateado, Stiles chutou uma cadeira e desejou de todo o coração que tivesse sido McKenzie.

-Conversei com o nosso advogado - continuou Louis, fazendo uma careta. -Acho que ele vai reconsiderar a nossa amizade se eu continuar a ligar para ele nos fins de semana. Ele me disse que temos algumas opções. Podemos ficar quietos, deixar que a seguradora continue com as investigações, ou podemos processá-los pelo não cumprimento da cláusula referente ao pagamento em caso de morte.

-Pois deixe que eles fiquem com a porra do dinheiro deles, não precisamos dessa grana mesmo.

-Não! - Scott falou baixo, como se fosse um eco distante da explosão de Stiles. Continuou a tomar a cerveja, pensativo e balançando a cabeça. -Isso não está certo! Papai fez todos os pagamentos e as renovações, ano após ano. Aumentou o valor da apólice por causa de Liam. Não é correto que eles se recusem a pagar. E se eles não pagarem, vai ficar subentendido, de algum modo, que papai se matou. Isso também não é correto. Até agora eles vêm forçando a barra do lado deles - acrescentou, levantando seus olhos melancólicos. -Vamos fazer uma pressão agora, de volta!

-Se o caso acabar no tribunal - avisou Louis. -A coisa pode se complicar.

-E a gente vai fugir da raia com o rabo entre as pernas só porque a coisa pode se complicar? - pela primeira vez, um lampejo de divertimento surgiu no rosto de Scott. -Bem, eles que se fodam!

-E você, Stiles, o que acha?

-Eu ando atrás de uma boa briga há algum tempo - disse, e tomou mais um gole. -Acho que é isso aí!...

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