Capítulo 10

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Ele resolveu começar a forçar a barra com Lydia. Já que estava com ela na cabeça, Stiles deixou Liam lidando com alguns peixes que eles pegaram quando foram velejar mais cedo e ficou circulando por dentro da casa. Emitiu alguns ruídos de satisfação ao ver o que Rose estava preparando para colocar no fogão, e então subiu as escadas.

No telefone do seu quarto ele teria um pouco mais de privacidade, e o cartão de Lydia estava em seu bolso.

Ao chegar à porta do quarto, parou e quase chorou de gratidão. Já que sua cama estava feita, os travesseiros arrumados, com fronhas trocadas, e a colcha azul alisada de forma profissional, viu que alguns dos lençóis pendurados no varal eram seus.

Naquela noite ele iria dormir em lençóis limpos e passados que ele não tivera que lavar. Aquilo tornou a perspectiva de dormir sozinho um pouco mais tolerável.

A superfície de sua antiga cômoda de carvalho não estava apenas livre de poeira. Ela brilhava! As prateleiras que ainda exibiam a maior parte de seus troféus e alguns de seus livros favoritos haviam sido limpas e arrumadas, e a cadeira entulhada que ele trouxe lá debaixo para usar como porta-tudo estava vazia. Ele não tinha a menor idéia de onde ela colocara as coisas, mas imaginou que as encontraria no local apropriado.

Talvez ele tivesse ficado mal acostumado por passar a vida em hotéis nos últimos anos, mas lhe fazia bem ao coração entrar em quarto sem ter meia dúzia de pequenas tarefas desagradáveis à espera.

As coisas estavam melhorando, e assim ele se jogou na cama, se espreguiçou e pegou o telefone.

-Aqui fala Lydia Martin. - sua voz baixa, neutra, profissional. Stiles fechou os olhos para fantasiar melhor a forma como ela estava vestida. Gostou da idéia de imaginá-la por trás de alguma mesa bem burocrática usando aquele vestidinho colante que usara na véspera.

-Srta. Martin, como se sente em relação a caranguejos?

-Como…

-Deixe-me reconstruir a frase. - e se recostou ainda mais, até ficar completamente deitado, e sentiu que era capaz de cair no sono em cinco minutos mesmo sem querer. -O que acha da idéia de comer caranguejos cozidos?

-Acho boa.

-Ótimo! Que tal amanhã à noite?

-Mieczyslaw…

-Aqui em casa - deixou mais específico. -A casa que nunca fica vazia. Amanhã é o primeiro dia da temporada de pesca do caranguejo. Scott vai trazer uma tonelada deles pra casa. Vamos cozinhá-los. Você vai poder assistir ao vivo e a cores como os Stilinski… como foi mesmo que você falou…? se relacionam e interagem. Vai poder ver como Liam está se sentindo aqui, como ele está se acostumando a esse ambiente doméstico em particular. 

-Isso é muito bom.

-Ei, já lidei com Assistentes Sociais antes. É claro que nenhuma que usasse sapatos azuis de salto alto, mas…

-Eu estava fora do meu horário de serviço - lembrou ela. -Entretanto, acho que o jantar seria uma idéia aceitável. A que horas?

-Seis e meia, mais ou menos isso. - ele ouviu um barulho de papéis e se sentiu ligeiramente irritado ao notar que ela estava consultando sua agenda.

-Tudo bem vou poder ir sim. Seis e meia, então.

Ela parecia realmente uma assistente social marcando uma reunião profissional para um momento adequado ao cliente.

-Você está sozinha aí?

-Em minha sala? Sim, no momento estou sim… por que?

-Só pra saber. Andei pensando em você. Aconteceu várias vezes, o dia inteiro. Por que não me deixa ir até a cidade em que você mora e pegá-la de carro amanhã? Assim, vou poder levar você se volta para casa depois. Podíamos parar no caminho e… eu ia falar que nós podíamos passar para o banco de trás, mas o Corvette não tem um. Mesmo assim, acho que a gente ia conseguir se ajeitar.

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