Quebrado por dentro

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Olá pessoinhas, faz tempo né? Nem por onde começar a me explicar, já faz quase um ano e não tem desculpa cabível nesse caso. Não vou alongar muito, só queria deixar claro que não vou abandonar a história, aconteceu tanta coisa nesses últimos tempos que vocês nem nem noção( me mudei de novo, quase reprovei na faculdade, quebrei a cara com quem achava ser meus melhores amigos, me assumi para os meus pais, enfim uma gama de coisas que nem se eu quisesse conseguiria contar aqui). Eu realmente pensei em excluir não só essa como minhas outras histórias, mas não fiz isso e nem vou fazer. Eu realmente amo escrever, talvez não faça isso muito bem e por vezes seja irresponsável, mas isso não diminui meu amor pela escrita, admito que ando muito desanimada ultimamente e é até estressante bater cabeça com meu teclado até sair alguma coisa que preste, mas não vou desistir, minha meta por enquanto é terminar Tryst por que apesar de tudo não posso abandonar meus personagens(não tão meus o por causa dos direitos autorais e tudo, mas vocês me entenderam). Sei que a maioria dos leitores já desistiu e não culpo eles por isso, mas para os que ainda estão ai, minhas mais sinceras desculpas e o mais forte abraço, obrigada por me darem força e continuarem nessa jornada comigo, espero não decepcionar, boa leitura e até próxima semana.

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Hinata

Era provável que eu nunca me recuperaria totalmente. O problema não era meu corpo, feridas saram com o tempo. O que me incomodava era minha mente. Ela estava quebrada em todo o sentido da palavra.

Precisava de toda a concentração do mundo para fazer movimentos automáticos, até respirar era difícil. O terror em que estava mergulhado era insano, sentia que tudo iria me machucar. A única saída que achei para tudo isso foi me desligar. Parei de contar os dias, parei de pensar nas horas, parei de achar que alguém me salvaria e parei de ter esperanças. Tortura física é uma coisa horrível, chicotes e afogamentos? Isso era ruim, mas tortura psicológica, isso era bem pior. Eu poderia aguentar a fome, o frio e todos aqueles objetos feitos para causar dor, mas saber que minha família tinha desistido de mim? Que o homem que eu amava nem me procurava mais? Isso te mata de dentro para fora, arranca seu desejo de viver e dilacera sua confiança.

Existem limites para todo ser humano. Meu ponto alto nunca foi ser forte, os deuses sabem que não sou de aguentar muito. Não desejo o que passei nem para meu pior inimigo, sim, ela mesma, a nova princesa de Aobajousai também conhecida como antiga duquesa de Blubleu. Não demorei muito para descobrir que ela tinha me sequestrado, aparentemente mesmo casada com outro ela não me esquecia e me culpava pela dissolução do seu reino. Pelo que me dizia nas sessões que participava, e eu estava consciente, ela nutria um ódio mortal por mim e pelo reino de Colours. Kurenai era completamente louca e agora como princesa e futura rainha ela tinha um massivo poder destrutivo.

Foi uma surpresa para mim quando o primeiro rosto que vi quando tiraram aquele saco da minha cabeça foi o seu. Não uma surpresa boa já que nos dias que se seguiram eu só queria nunca tê-la conhecido. Quem me torturava nem era ela na maior parte das vezes, esse trabalho era do seu lacaio e amante Kentaro Kyotani, que devo salientar, nunca vai me deixar esquecer seu nome. Foi ele que me fez perder todas as esperanças e desejar a morte, foi ele também que me fez virar um assassino.

Vê Kageyama depois de todo aquele tempo foi quase como um sonho, mas era um que eu já não me permitia ter há algum tempo. Depois das drogas e delírios eu já não sabia muito bem o que era real e o que era criação da minha mente, tudo estava aéreo e longe demais para alcançar, eu via o passar das horas como se não estivesse realmente ali, tudo que conseguia pensar era no rosto contorcido de dor de Kentaro quando cravei aquela faca no seu coração, como a vida se esvaiu da sua face como se não fosse nada, a partir da quarta ou quinta punhalada ele nem sentia mais, seu corpo estava mole embaixo de mim, inerte enquanto eu descontava toda frustação e ódio guardados em mim. Kyotani se foi levando os resquícios de humanidade que eu tive um dia. Tudo depois disso é um borrão, a princesa gritando e chorando, os guardas me amarrando novamente, os castigos físicos que se seguiram nem causavam mais dor, eu só não me importava mais, preferia que ela me matasse de uma vez para acabar com tudo.

Tryst (Kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora