Kageyama
Meu inferno pessoal durou um cerca de vinte e nove dias e sete horas. Quase um mês.
Não foi só uma vez que jurei que a droga do tempo se arrastava igualmente uma lesma. O que me motivava era o ódio. Ódio do mundo por ser tão injusto, ódio das pessoas que sempre conseguiam estragar tudo, ódio desse maldito destino que insistia em ferrar com a minha vida e principalmente ódio de mim por ser tão estupido a ponto de fazer errada minha única obrigação.
Por que era tão difícil manter a droga do príncipe seguro? Provavelmente porque eu era um inútil de merda. Tinha vontade de me socar todos os dias por tamanha burrice, não que não o fizesse, algumas vezes eu cedia a esse impulso, o que explicava as lesões do meu rosto. Outras vezes eu preferia socar alguém, o que explicava a trilha de sangue que deixava para trás no meu caminho.
Depois que Hinata foi capturado, a revolta no castelo foi sufocada. O rei, ao contrario do que eu imaginava, estava vivo, mas enfermo. Passava o dia na cama e pelo que ouvi, temiam que ficasse assim o resto da vida. A preocupação maior era com o principal herdeiro de quem ninguém sabia o paradeiro. Os grupos de busca procuravam por todo lugar, mas não havia nem sinal do príncipe. Apesar de ninguém me culpar abertamente pelo que tinha ocorrido, eu sentia o remorso e culpa interior me consumir. Eu não era só o guarda-costas dele, tinha centenas de outras responsabilidades com o ruivo e protegê-lo era a número um não importava se era meu dever ou não.
Céus, minha ultima preocupação era a guarda real. Primeiramente que só entrei nessa para ficar mais perto daquele ser minúsculo. Era palpável a minha necessidade de estar próximo daquela criatura irritante só ele não percebia.
Durante o tempo que ainda fiquei no castelo, minha raiva com toda a situação era evidente. Descontava tudo no treino, o que sempre gerava reclamações do capitão por conta da agressividade nas lutas com meus companheiros. Alguns deles começaram a se afastar, eu praticamente não socializava com nenhum e nem dava brecha para o fazerem, aceitava todas as missões e sempre que possível tentava ajudar na procura de Hinata. O ápice de tudo foi no decimo sexto dia do seu desparecimento. O rei ordenou que as buscas cessassem e quando fiquei sabendo questionei o motivo de tal ato.
— Me dói profundamente dizer isso como pai, mas precisamos entender que depois de todo esse tempo sem nenhum pedido de resgate ou sinal do meu filho, o príncipe deve está morto. E caso não esteja devemos rezar para que morra para por fim ao seu sofrimento. Ele é o herdeiro e sei que é forte, mas nenhum ser humano merece passar por um castigo dessa magnitude durante um período tão grande.
Não prestei atenção na baboseira de novo herdeiro e regência temporária que seguiu sua fala. Fui expulso por desacato pouco depois de dizer que sua majestade devia ter batido a cabeça muito forte ou desenvolvido um complexo de loucura. Não fosse meu posto na guarda real eu teria sido decapitado. Deixei o palácio no mesmo dia com meus poucos pertences na intenção de achar eu mesmo o ruivo que tomava para si todos os meus pensamentos. Eu sabia que ele estava vivo, pois nossa ligação não havia se desvanecido e nosso elo, apesar de enfraquecido, ainda estava ali.
Vaguei sem rumo durante um tempo, mas então me lembrei de alguém que conhecia que tinha ligações com o submundo e pela quantia certa, vendia seus serviços.
— Quem é vivo sempre aparece. Já muito tempo que não te vejo, soube que largou a guarda real. — O castanho sorriu traquino girando uma moeda de ouro nas mãos.
— As noticias chegam bem rápido em você, mas pode ir cortando o papo. Preciso de um serviço seu e é urgente. — abaixei o capuz que usava querendo logo chegar ao ponto. Oikawa Tooru era alguém muito difícil de encontrar, levei uma semana inteira para descobrir onde o mercador das sombras mais famoso da região se encontrava e isso por que tínhamos sido colegas de longa data.
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Tryst (Kagehina)
عشوائي"- Escute, pequeno, eu não te salvei de uma maldita revolta para você morrer desnutrido em um lugar qualquer. Querendo ou não tenho que te manter vivo, agora podemos fazer isso do jeito fácil, onde você obedientemente veste suas roupas e faz o que e...